BOAS VINDAS

Benvindos a este espaço! Esta é uma página estritamente familiar, aberta a todos aqueles, familiares ou não, que de alguma forma queiram contribuir com o que sabem e conhecem ou simplesmente tenham meras curiosidades e questões que pretendam levantar. Tudo o que diga respeito ou se relacione com a família do meu pai ou da minha mãe, será sempre objecto da minha atenção.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

LIVROS

Recordo, com saudade, a biblioteca do meu avô, Francisco de Barros Teixeira Homem, na Casa de Samaiões. Uma biblioteca com um número de livros que para mim, desde garoto, era infinito e que, mais tarde quando os comecei a consultar, percebi que não havia um único livro que não tivesse anotações suas, com a sua própria mão e letra e com anexos que pelos jornais, ou outros documentos ia encontrando. Ele tinha lido TODOS os livros. Lembro-me que era um homem de grande cultura, sempre agarrado a papéis e com muito pouco tempo para os garotos (netos) que ele tanto gostava. O seu mundo era esse, o dos livros.

De entre o conjunto das suas obras, recupero mais algumas que ele escreveu e que se encontram na Base Nacional de Dados Bibliográficos - PORBASE .

A capela de Nossa Senhora do Pópulo em Chaves
por Nobrega, Silvino Rodrigues da; Júlio, António; Homem, Francisco de Barros Ferreira Cabral Teixeira, ca 18-1956


Adega Cooperativa de Chaves : nenhumas grandezas e muita miséria em proveitosa e incruenta batalha
por Homem, Francisco de Barros Ferreira Cabral Teixeira, ca 18-1956


Agricultura moderna e progressiva
por Homem, Francisco de Barros Ferreira Cabral Teixeira, ca 18-1930

Avis para avis vulgares
por Homem, Francisco de Barros Ferreira Cabral Teixeira, ca 18-1954


Chaves na revolta de 1808
por Homem, Francisco de Barros Ferreira Cabral Teixeira, ca 18-1930

Reprodução anotada do "Livro das Fortalezas de Duarte Darmas"por João de Almeida : notulas flavienses
por Homem, Francisco de Barros Ferreira Cabral Teixeira, ca 18-1944

O capitão Vila Frade : esboço biográfico
por Machado, Montalvão; Homem, Francisco de Barros Ferreira Cabral Teixeira, ca 18-1956

domingo, 27 de julho de 2008

LOSADA (ou LOUSADA) - TOMBO HERÁLDICO(1)



1. Classificação: heráldica de família.
2. Localização: Paradela da Veiga (Freguesia de S. Pedro de Agostém).
3. Datação: Século XVII.
4. Descrição heráldica:

— escudo: português, elmo voltado à dextra, correias, paquife e timbre, o conjunto enquadrado em moldura rectangular, tudo de pedra.
— composição: armas plenas.
— leitura: um leão com uma espada posta em faixa na garra dextra encimado por cinco crescentes deitados (1).

Timbre: três plumas.
— identificação:

São as armas da família LOSADA (ou LOUSADA), de Quiraz.
Brasonam-se: Cortado (2):

I — de púrpura, cinco crescentes de prata deitados;
II — de púrpura, um leão de ouro com urna espada de prata na garra dextra.

Timbre: três plumas.
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1 Dizem-se deitados os crescentes cujas pontas estão voltadas para o bordo lateral dextro do escudo.
2 Nesta pedra de armas o traço do cortado não é visível, talvez por estar sob a espada ou por ter sido mal interpretado o desenho, uma vez que as duas partes do escudo têm a mesma cor.

LOSADA (ou LOUSADA) - TOMBO HERÁLDICO(2)


5. Comentário:
A pedra de armas, embora com um elmo sobredimensionado, tem equilíbrio e uma certa elegância. As plumas do timbre, dado o pouco espaço disponível dentro da moldura, estão deitadas, distinguindo-se com dificuldade. Julga-se que seriam três.
A identificação das armas não é fácil porque esta composição é muito pouco conhecida. Com efeito, as armas tradicionais dos Lousada (família originária da Galiza) são muito diferentes destas e incluem uma ou mais lousas (armas falantes, portanto) sobre dois ou mais lagartos.

Estas armas aludem aos feitos dos fundadores da linhagem, os irmãos Juan e Diego de Losada que, com grande valentia e determinação, terão extirpado uma praga de cobras e lagartos que haviam invadido as terras do vale de Quiroga. Na Galiza há diversas composições variantes destas armas, as únicas usadas pelos Losada.

A composição usada em Portugal brasona-se: de prata, com duas rochas de lousa de púrpura moventes do flanco esquerdo do escudo e dois lagartos de sua cor saíntes em faixa das fendas das lousas.
No entanto, alguns dos Losada que passaram a Portugal adoptaram armas muito diferentes. Braamcamp Freire (A.P.) refere a existência de armas de Lousada com composição análoga a estas, de Paradela, descrevendo-as como segue — cortado: o 1 de vermelho, leão de ouro com uma espada na garra dextra; o segundo de vermelho com cinco crescentes de prata deitados. Como se vê, a diferença está na cor do escudo e na disposição das peças, que está invertida.

Uma composição diferente destas armas aparece em Vilas Boas e Sampayo (N.P.); o escudo está fendido (1) e os crescentes surgem no primeiro. A composição que nos surge em Paradela da Veiga é registada apenas numa obra, preciosa pelo volume e qualidade da informação que contém: "Triunfos de la Nobreza Lusitana y Origen de sus Blazones", de António Soares de Albergaria, «Olysiponensis Sacerdotis pro operis Coronide Epygrama», manuscrito datado de 1631 (2).

A única diferença está no timbre que Soares de Albergaria diz ser o leão do escudo. Esta diferença não tem importância pois o timbre pode ser uma escolha individual

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1 Diz-se fendido o escudo dividido ao meio por uma diagonal do canto superior dextro para o inferior da sinistra
2 É o codice no 1119 da B NL pag 137 verso

LOSADA (ou LOUSADA) - TOMBO HERALDICO(3)

6 Identificação da família

Estas armas pertencem a família Barros, de Samaiões De uma forma multo simplificada, segue o registo genealógico destes Losada (1)

I — Pedro Rodrigues Lousada Fidalgo espanhol Casou com D Ana Pires da Veiga, natural de Quiraz, Concelho de Vinhais Tiveram, pelo menos:

II — Francisco Rodrigues Lousada Casou com D Isabel Vaz de Moraes, de Vilar Sêco de Lomba, descendente dos Moraes, Senhores de Vinhais que alegam descender de um dos Condes Soberanos de Castela, dos Reis de Navarra e de Leão Tiveram, pelo menos:

III — Pedro Rodrigues de Moraes Capitão Mor de Vilar Seco de Lomba Casou com D Maurícia de Barros, de uma ilustre família de Águas Frias Tiveram, pelo menos:

IV — João de Barros Pereira do Lago. Foi cavaleiro Professo na Ordem de Cristo. Tenente Coronel de Cavalos. Casou com D. Jerónima de Moraes Ferraz (2). Tiveram, pelo menos:

V — Francisco de Barros de Moraes Araujo Teixeira Homem, Marechal de Campo já referido em XLII (3). Casou com D Luiza Joaquina de Arrochela de Castro de Almada e Tavora, da família Castro Moraes, de Chaves, senhores dos Morgados do Populo e Santa Catarina Tiveram, pelo menos:

VI — Joaquim Teixeira de Barros de Araújo Lousada. Casou com D Maria Barbara Damasceno de Sousa Yebra y Oca, da Casa dos Morgados de Vilar de Perdizes Foi sua herdeira:

VII— D Luiza Adelaide de Sousa e Barros Casou com o Brigadeiro de Cavalaria Joaquim Ferreira Cabral Paes do Amaral. Tiveram, pelo menos:

VIII — Manuel de Barros Ferreira Cabral Casou com D Mana Leonor Paes de Sande e Castro, bisneta dos 5 °s Viscondes de Asseca Tiveram, entre outros, o Dr Francisco de Barros Ferreira Cabral Teixeira Homem, senhor da Quinta de Samaiões, que casou com D Maria da Assunção de Abreu Castelo Branco, filha dos 3.°s Condes de Fornos de Algodres e o Dr. António de Sales Paes de Sande e Castro de Barros, senhor da Quinta de Paradela, que casou com D. Helena Cicília Dora Wemans.
Ambos com descendência descrita nas obras já mencionadas (4)

7. Bibliografia:

Além da citada nas notas: —A.P. —pág. 281.

— C.P. — vol 1, pág. 345 e 346; vol. III, pág. 222 em diante.
— F.G. — vol. XXT, Moraes, § 52 e § 55.
— N.P. — pág. 294.
— José Carlos de Athayde de Tavares, Amaraes Osórios, Lisboa, 1986, pág. 247 a 253.
— Nobiliário de Alentem, anotado pelo Visconde de Cortegaça, Viana do Castelo, 1955, fl. 114.
— J. Moniz de Bettencourt, O Morgadio de Vilar de Perdizes, Lisboa, 1986.

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1 Os dados genealógicos são retirados de FG e do Abade de Baçal
2 Esta senhora como já dito descendia dos Teixeira Homem e outras ilustres famílias de Chaves
3 Francisco de Barros Ferreira Cabra! Teixeira Homem Chaves na revolta de 1808, Chaves 1930 (Fornece dados biográficos de alguns dos militares da família)
4 Para as últimas gerações ver o Anuário da Nobreza de Portugal, III, tomo 11, 1985, pág. 771 e 772

TEIXEIRA - TOMBO HERÁLDICO (2)


1. Classificação: heráldica de família.
2. Localização: na Rua Direita, prédio com os números 240 a 248.
3. Datação: séc. XVII.
4. Descrição heráldica:— escudo: português, elmo voltado à dextra, paquife e timbre, o conjunto enquadrado em moldura rectangular com uma aba no topo, tudo de pedra.
— composição: esquartelado.
— leitura:I e IV — uma cruz potenteia e vazia (1).
II — seis costas; em chefe uma flor de lis.
III — cinco folhas de figueira.

Timbre — um cavalo deitado (?).
— identificação: são as armas das famílias:

I e IV — TEIXEIRA — De azul, cruz potenteia de ouro, vazia do campo (2).
II — COSTA — De vermelho, seis costas de prata postas em faixa, alinhadas em duas palas e moventes dos flancos (3).
III — FIGUEIREDO — De vermelho, cinco folhas de figueira de verde, nervadas e perfiladas de ouro (4).
Timbre: o dos TEIXEIRA — um unicórnio nascente de prata, armado (5) de ouro.
Diferença: uma flor de lis no chefe do segundo quartel.
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1 Cruz potenteia é a cruz cujos braços terminam em T. Uma cruz diz-se vazia quando os seus braços têm uma abertura através da qual se vê a cor do campo em que está apoiada.
2 Estas armas já constam em A.M. e A.G.
3 Estas armas já constam em A.M. e AG.
4 Estas armas já constam em AM. e A.G.
5 Diz-se armado o animal cujas garras têm cor diferente da do corpo

TEIXEIRA - TOMBO HERÁLDICO (2)

5. Comentário:
No enquadramento em moldura rectangular e na forma de desenvolvimento do paquife há alguma semelhança entre esta pedra de armas e uma que se encontra em Paradela da Veiga e adiante será estudada. Sendo da mesma época, é natural que uma delas tenha inspirado a outra ou que tenham sido esculpidas pelo mesmo canteiro.
Mas as diferenças entre elas são também assinaláveis. A dimensão e proporções relativas do elmo são, neste caso, as ortodoxas e o tratamento do paquife, do timbre e de todas as peças e figuras do escudo demonstram uma qualidade de desenho bem mais apurada. O pormenor inesperado da aba protectora confere, aliás, a esta pedra uma originalidade digna de registo.
O timbre deveria ser um unicórnio sainte, ou seja, mostrando apenas a parte anterior do corpo. No entanto, ele aparece aqui deitado, numa posição que a iconografia deste feroz animal fabuloso — que só podia ser amansado e domesticado por uma virgem sem mácula — apresenta com alguma frequência (6). A posição do unicórnio e o seu apoio sobre a curvatura do elmo são particularmente expressivas.
A anomalia mais notável nesta pedra de armas é a localização da diferença. O Regimento e Ordenação da Armaria (7) determinava para a colocação das diferenças “... e serão postas na cabeça do escudo da parte da mão direita...”; por razões estéticas, admitia-se que essa colocação se fizesse no centro do chefe. Neste caso, num esquartelado, a diferença — a flor de lis — foi colocada no segundo quartel. É certo que esta posição era mais fácil, não obrigando a deformar peças como aconteceria se colocada no primeiro quartel. No entanto esta solução, não sendo singular, pode considerar-se excepcional.

6. Identificação da família:Um dos mais notáveis flavienses do século XVI foi Martim Teixeira, o velho, que viria a ser um dos principais progenitores da fidalguia transmontana dos séculos seguintes.
Martim Teixeira faleceu em 1557 e, tendo instituído uma capela, jazia na colegiada de Chaves em sepultura armoriada com as armas de Teixeira.
Do seu casamento com Francisca Rodrigues teve nove filhos de que ficou larga geração. Dois deles — Leonardo Teixeira e Isabel Gomes Teixeira — casaram, a troco, com filhos de Francisco da Costa Homem, fidalgo da Casa do Duque de Bragança e Alcaide Mor dessa cidade, e de sua mulher D. Catarina de Figueiredo.
Leonardo Teixeira, que foi chanceler da comarca de Chaves, casou com D. Antónia de Figueiredo; Isabel Gomes Teixeira casou com Fernão da Costa Homem, irmão portanto de sua cunhada. Estes dois casais tiveram muita descendência, entre a qual as famílias Teixeira Homem, Teixeira de São Paio, Leite Chaves, Teixeira de Magalhães, Moraes Castro, Costa Homem e Pereira do Lago.
Esta pedra de armas da Rua Direita só pode ter sido mandado gravar por um descendente de um destes dois casais. Não se conhece carta de brasão que lhe diga respeito. Nestas circunstâncias, e na impossibilidade de encontrar documento ou registo da construção da casa, a identidade de quem mandou gravar a pedra apenas poderá ser deduzida através da heráldica, da genealogia e da cronologia.
O facto de terem sido colocadas as armas de Teixeira nos 1º e 4º quartéis e a opção pelo timbre dos Teixeira leva a crer que esse apelido vinha por varonia.
A escolha da diferença, por sua vez, indicia que as armas vinham por pai e avô paterno (8). Tratar-se-ia pois de um descendente de Leonardo Teixeira, por varonia. Sabe-se que este terá nascido cerca de 1519 e vivia ainda em 1592 (9). Uma vez que a pedra data do século XVII é muito provável que tenha sido um seu neto ou bisneto quem ordenou a gravação.
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6 Alain Erlande-Brandenburg, La Dame à la Licorne, Ed. de Ia Réunion des Musées Nationaux. Paris, 1985.Rodney Dennys, The Heraldic Imagination. Ed. Barrie & Jenkins. London, 1975.
7 Conde de São Paio, op. cit., pág. 119.
8 Conde de São Payo, op. cit., pág. 70.
9 Luís de Meio Vaz de São Payo, A Família Coelho de Campos, Oficializada pelo Santo Ofício, in Armas e Trofmus, VI Série, tomo IV. Lisboa, 1992.

TEIXEIRA - TOMBO HERÁLDICO (3)


Vejamos pois a genealogia descendente de Leonardo Teixeira até aos seus bisnetos, seguindo apenas as linhas de varonia:
1 — Leonardo Teixeira
Teve ordens menores em Braga a 19 de Setembro de 1529. Foi Chanceler da Comarca de. Chaves. Casou com D. Antónia de Figueiredo, filha de Francisco da Costa Homem, Alcaide Mor de Bragança, e de sua mulher D. Catarina de Figueiredo, de Viseu. Tiveram:
1 (II) — Martim Teixeira Homem, que segue.
2 (II) — Francisco da Costa Homem Teixeira, Chanceler. Teve um filho Sacerdote e várias filhas.
II — Martim Teixeira Homem
Foi Comendador de S. Nicolau de Carrazedo de Montenegro. Casou com D. Francisca Alvares Veloso, filha de António Alvares Veloso, Abade de Eiró. Tiveram:

1 (III) — Leonardo Teixeira Homem. Foi Cavaleiro Fidalgo. Casou com D. Joana de Castro e teve, como únicos filhos varões, os Padres Martim Teixeira Homem e Pascoal Teixeira(10).
2 (III) — Francisco Teixeira Homem. Casou com sua prima D. Maria de Moraes, neta de Fernão da Costa Homem e Isabel Gomes Teixeira, atrás referidos. Tiveram, como único filho varão, Fr. Francisco de Chaves.
3 (III) — João Teixeira Homem. Foi soldado na Índia e aí faleceu, solteiro.
4 (III) — Gonçalo Teixeira Homem. Casou com Isabel Mendes, filha de Manuel de Araújo Negreiros e Violante de Queiroga. Tiveram:

1 (IV) — Francisco Teixeira. Sendo soldado, faleceu em Orense, solteiro.
2 (IV) — João Teixeira Homem. Foi Sargento Mor da Ordenança em Chaves. Casou com Joana Padrão, filha de Pedro Barreira Loução e Francisca Alvares. Tiveram descendência.
3 (IV) — Manuel Teixeira Homem. Casou com Francisca de Barros, filha de Baltazar de Barros Pimentel. Tiveram geração (11).
4 (IV) - Martim Teixeira Homem. Casou com Mariana da Fonseca, filha do Dr. Francisco da Fonseca e de Gracia Mendes de Sá. Tiveram geração.

De acordo com as genealogias mais completas e seguras (12) estes são os netos e bisnetos de Leonardo Teixeira, sem quebra de varonia. Se foi respeitado o Regimento da Armaria no desenho e gravação da pedra, um destes terá sido o dono da casa. Embora- todos igualmente prováveis, se entrarmos em consideração com a continuidade da ligação com Chaves, teremos que admitir maior probabilidade para os netos Francisco — 2 (III) — e Gonçalo — 4 (III) — e para os bisnetos João — 2 (IV) — Manuel — 3 (IV) — e Martim 4 (IV).

7. Bibliografia e Fontes documentais:
Além da indicada nas notas:
— A.N.T.T. — Habilitações para o Santo Ofício, António, maço 3, dil. 131, ano 1624. Francisco, maço 16, dil. 473, ano 1678.
— A.D.B. — Habilitações de Genere — Francisco Teixeira de Castro, ano 1706.
— F.G. — tomo XXVII, título Teixeira, § 13, 50, 51, 52 e 79. Costados, tomo 4, árv. 21.
— G.M., op. cit., título 9.
— Júlio A. Teixeira, op. cit., vol. IV pág. 479 a 489.
— Luís de Meio Vaz de São Payo, Famílias de Chaves — I, in Raízes e Memórias, n.° 12.
Lisboa. Junho de 1996.

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10 De uma irmã destes padres, D. Maria Teixeira de Moraes, descende a família Barros de Samaiões e Paradela.
11 J.G. Calvão Borges, Barros de Carrazedo de Montenegro, fidalgos e cristãos novos, Santo Oficio e estatuto social no Trás-os-Montes dos séculos XVII e XVIII. Sep. de Armas e Troféus. Lisboa, 1983.
12 Baseando-se essencialmente em EM.S., a genealogia apresentada apoia-se também em Habilitações de Genere e Habilitações para o Santo Ofício.

BARROS - TOMBO HERÁLDICO (1)

São vários os ramos da Heráldica da família. Esta classificação já se encontrava devidamente descrita aqui

Descrição heráldica:

- escudo: francês com elmo voltado à dextra; timbre
- composição: aquartelado
- leitura:

I- três bandas acompanhadas de nove estrelas de seis raios, postas 2, 3, 3, 1;
II - aspa carregada de cinco besantes;
III - cruz potenteia e vazia;
IV - seis crescentes, alinhados em 2 palas 3 e 3.

São as armas das famílias:

I — BARROS
De vermelho, com três bandas de prata, acompanhadas de nove estrelas de seis pontas de oiro, postas 1,3,3,2.
II — ARAÚJO
De prata, uma aspa de azul carregada de cinco besantes de oiro postos em aspa.
III— TEIXEIRA
De azul uma cruz de oiro potenteia e vazia.
IV — HOMEM
De azul com seis crescentes de ouro postos alinhados em 2 palas de 3 e 3.

Timbre: o dos BARROS aspa de vermelho carregada de cinco estrelas de ouro.

domingo, 30 de março de 2008

BULA PONTÍFICA (PAPA PAULO IV) DO MORGADIO DE VILAR DE PERDIZES

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O morgadio de Vilar de Perdizes tinha características particulares. Sendo abade da freguesia de S. Miguel, António de Sousa obteve do Papa Paulo IV uma bula que lhe permitiu reunir, dum lado parte dos rendimentos da igreja de que era pároco (total 755.000 réis anuais) e de outro, parte dos seus próprios, constituindo com o todo um vínculo.

Este original da Bula pontífica que levou à criação do morgadio de Vilar de Perdizes e uma preciosa Bíblia que foi dos morgados encontravam-se na Casa de Samaiões que, de acordo com J. Moniz Bettencourt (pag.9), lhe foi mostrado pelos residentes de então na Casa, meus tios Luísa Adelaide e António.



TEXTO DA BULA QUE CRIOU O
MORGADIO DE VILAR DE PERDIZES


Raynutius miseratione divina et Sancti Angeli prior Cardinalis Dilecto in Christo Antonio de Sousa Rectori seu Administratore Hospitalis seu Capeile Sancte Crucis parrochie Sancti Michaelis loci de Vilar de/Pedices Bracharense diocese ohm abbati Salutem in domino Ex parte tua nobis oblata petitio continebat ut nuper pro parte tua a sede apostolica et officio sacre primacie apostolice emanarunt hittere tenoris subsequentis Raynutius miseratione divina et Sancti Angeli prior Cardinaus/Dilecto in Christo Antonio de Sousa Rectori Abbati nuncupato parrochialis ecclesie nuncupate sancti Michaelis locis de Vilar de Pedices Bracharense diocese Salutem in domino Ex parte tua fuit propositum coram nobis Ut kludum pro parte tua sedi apostohice in Portugaihie et Algar/viorum Regnis Nuncio cum ---------------legati de latere exposito Ut cum fructus redditus et proventus dicte ecclesie sue forsan de jure provatus laicorum existebat congrua portione pro perpetuo vicario ipsius ecciesie pro tempore existente pro sustentatione quorumdam peregrinorum et/viatorum per dictum locum transeuntium sufficiebant tuos considerabas in dicto loco quo hospitalitas non satis charitative observatur unum hospitale pro peregrinis et viatoribus recipiendis ac inibi charitative conferrendis a fundamentis erigi et institui Etsi omnia/et singula fructus redditus et proventus bona ecciesie hujusmodi deductis exillis tribus mihlibus Regalum et votis ac primitiís eiusdert~ ecclesie pro perpetuo vicario ipsius ecciesie pro tempore existente qui ihius parrochianorum animarum curam exercere ac ilis sacramenta/ecclesiastica prout consueveras ministrare teneretur ah eadem ecciesia separaventur ac eodem hospitali postque erectum et institutum foret in perpetuum aphicarentur ex hoc profecto peregrinorum et viatorum eorumdam comoditatibus plurimum consuleretur prefatus/Nuncuistuis suphicationibus in ea parte inchinatus tibi hospitale prefatum sub ea invocatione de qua~ tibi videretur pro peregrinis et viatoribus inibi recipiendis et charitative pertractandis construendi et edificandi seu construi et edificare faciendi ac erigendi et/instituendi prout etiam tunc erexisti et instituisti hicentiam concessit et indulsit Necnon omnia et singula fructus redditus et proventus ac bona hujusmodi deductis exihlis tribus millibus Regahium et votis ac primitiis ecclesie humos pro. .is vicario pro tempore existente/qui parrochianorum eorundem animarum curam exercere et sacramenta ecciesiastica ministrare teneretur ab eadem ecclesia dismembravit et segregavit Ac eidem habitavit parte quo administreas eidem de tuos heredes et successores justa provida de super faciendam/ordinatiOflem regendo et administrando ac in tuos heredum successorum et hospitalis usus et utilitatem necnon lectorum ignis loci et salis ac aliorum necessariorum sustentationem convertendi dum- modo de tuis propris benis dotares ipsum hospitale in ea quantitate/seu quasi quanta fructus redditus et proventus ecciesie hujusmodi ilil ut preferretur applicata et appropriata existebat Et si dicta ecciesia de jure provatus hujusmodi existeret illius Provo rum seu maioris partis eorunl ad id expressus accederet assensus et sive preiudicis iuris/ordinaril loci perpetuus aplicavit et appropriavit ar tibi ut pro felici regimine et directione dicti hospitalis quicumque statuta et ordinationes edere condere et alterare ac in melius commutare que postque edita condita et alterata ac in melius commutata forent/ea ipso apostolica auctoritate approbata et confirmata essent et esse censerentur liber et licite valeres per suas patentes litteras similiter concessit et indulsit prout in eis piennis dicitur continueri quaruin vigore tu hospitale prefatum in quo pauperes et peregrini recipiun _/tur et charitative pertractantur ac iii eo una capeila sub invocatione sancte Crucis in qua misse et alia divina officia celebrari possint construxisti Eandemque Capeilam et hospitale non nuilis bonis tuis propriis dotasti cum autem sicut eadem submugebat/petitio firmiori sint et quibus apostolica intercedit auctas cupiasque erectionem institutionem dismembrationem segregationem applicationem indultum concessionem et alia premissa pro iliorum subsistentia firmiori apostolice confirmationis minime revocari/Et pro ipsius hospitali felici regimíne ac illius benorum administratione Ferdinandum de Sousa clericum Bracharensem vel alterius Civitatis aut diocesis defectum natalium ex te et muliere soluta vel vidua vel alio illicito coitu genitum patientem seu alium tibi/benevisum in~ eiusdem hospitalis ac illius bonorum perpetuum rectorem et administratorem per sedem eandem constitui et deputari supplicari fecisti humiliter tibi super his per sedem apostolicam de opportuno remedio nunc provideri Nos igitur dictarum litterarum/tenores ac si de verbo ad verbum inserentur punctibus pro plene et suficienter expressis habendis Ac attendentis quod in his que in evidentem pauperum peregrinorum utilitatem et consolationem cedere digno sciuntur favorabiles esse debemus atque benegni/tuisque in hac parte suplicationibus inclinati Auctoritate sedis apostolice cuius prímacie curam gerimus Et de eius speciali mandato per eandem sedem vobis facto et sectionem institutionem dismembrationem separationem applicationem appropriatioflem concessio-/ /nem indultum et alia premissa ac prout ilia concederunt omnia et singula in dictis litteris contenta et indesecuta que cumque tenore puritium confirmamus et approbamus ac eiusdem sedis patrocinis communis Iliaque valida et efficacia existere ac perpe-/tue et inconcusse firmitatis robur obtinere et effectum sortiri ac inviolabiliter observari Sicque per quoscunque iudices et personas quavis etiam apostolica auctoritate fungentes sublata eis et eorum cultum quavis aliter indicandi interpretandi et díffiniendi facultate/et
auctoritate indicari interpretari et difiniri debere Irritum quoque et mane quisquid secus super bis a quoque quavis auctoritate --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------qui forsam interverint in/eisdem ---------------------------------------pro cautela hospitale et in eo capeilam hujusmodi erigimus et instituimus ac omnia et singula fructus redditus et proventus ac bone ecciesie deductis ex illis tribus miffibus regalium monete illarum partium ac votis et primitiis/ eccleesie hujusmodi qui ad valorem omnium quadraginta ducatorum ascendent pro fflius perpetuo vicario qui illius parrochianorum animarum curam exercere ac eisdem parrochianis sacramenta ecciesiastica ut prefertur ministrare teneatur perpetuo dismembramus et separamus/ifiaque sic dismembrata et separata ac omnia et singula bona per te et alios Christi fideles quoscunque donata et relicta ac donanda et relinquenda eidem hospitali pro illius dote ac rectoris capeilanorum servitorium officialium et pauperum-------------- pro tempore hospitaliter re-/cipiendorum et charitative pertractandorum sustentatione et edificiorum manutentione ac aliis in necessarios usus et utilitatem justa providam per se factam seu faciendam ordinationem convertendem applicamus et appropriatnus Necnon tibi tuisque heredibus/et successoribus in perpetuum ut dictum Ferdinandum seu quamcunque aliam personam tibi et eis benevisam ecciesiasticam secularem etiam ex quocumque etiam tu ipsius aut heredum et successorum predictorum vel aliarum personarum illegitimo et damnato coitu/procreatam in ipsius hospitalis ac illius bonorum quorumcunque Rectorem et Administratorem nominare ac eidem cappelle per capeila. nos idoneos ad tui et eorum libitum provendos et amovendos de servire et deservire facere ac tu adiunxeris et post obitum tuurn persona novata/hujusmodi dictum hospitale ac iJlius bona quecunque regere et administrare ac peragere exigere et levare Necnon hospitalis et cappelle predictorum debitis et consuetis supportatis oneribus quod eiusdem bonis super fuerit, in tuos et iliorum usus et utilitatem convertere et pro ipsius hospi-/talis et cappelle illius rectoris capellanorum personarum et bonorum felici successu quecunque statuta et ordinationes licita et honesta que postque condita et unita fuerint et ipso dicta apostolica auctorit ate conformata fult et esse censeantur edere et condere et mutare libere et licite valeant/diocesam loci aut cum suis alterius---------------------- de super minime requisita concedimus et indulgemus ac dictum Ferdinandum in dicti hospitalis et bonorum et aliorum premissioruni Rectorem et Administratorem et ex nunc de tuo consensu jnstjtuimus et deputamus/deputatumque et institutum fore et esse decernhnus ac cum eo super defectu natalium quem de presbitere et soluta petitur quavis opus sit dispensamus quo circa discretis vocis Priori et Cantori ac Scholastico secularis et Coliegiati ecciesie beate Marie de Oliveyra oppidi/de Guimarães eiusdem diocesis et eorum cultu eidem auctoritate et mandato committumus et mandamus per se vel alium seu aios te ac euridem Ferdinandum et alios Rectores et Administratores pro tempore existentes in possessione dicto hospitais et illius administra-/tione ponant et inducant et inductum defendant amoto quolibet detentore Tibique et ihlius de ilhius fructibus redditibus et proventibus iuribus et obventionibus universis integre responderi faciant Ac tibi et illis efficacis defensionis presidio assistendi sacrant putes litteras et in/ contenta quecunque inmolabiliter observari teque et ilios ulis pacifice frui et gaudere Non permitteri --------------------------------------------------------------------------------------------------------- Invocato etiam hoc scopum fuerit auxilis brachis secularis. Non obstante defectu natalium hujusmodi -------------------------------------------------------------------------------------et quibusque apostolicis ac provincialibus ---------------------------------------------------------------------------qualis vel specialibus constitutionibus et ordinationibus statutisque et consuetudinibus etiam/iuramento confirmatione apostolica vel quavis firmitate alia roboratis privilegiis quoque indultis et ------------------apostolicis loci ordinario ac quibusuis parsonis sub quibus ---------------------in contrarium concessis confirmatis et etiam iteratis viribus innovatis quorumcunque tenorum exis-/tant Quibus omnibus illorum tenores ac si de verbo ad verbum insererentur putibus pro plene et sufficienter expressis habent illis als in suo robore permansu ------------------------taxat specia.liter et expresse derogamus Ceterisque contrariis quibuscunque Data Rome apud Sanc tumpetrum/ sub sigillo officii xii kalendis Junii Anno domini milesimo quingen tesimo quinquagesimo quinto Apostolica sede pastore carente Quibusquidem litteris ab eodem obtentis tu illius ordinatione seu voluntate satisfacere volens hospitale et cappeliam hujusmodi per te/constructa nonuilis bonis tuis propriis que preter mobilia excedunt -------------- sumam milie ducentarum mensurarum Alqueres et Almudes reddituum et etiam domo hospitalis cum nuncupatarum tritici ----------------------- suo Ressio horto et allis domíbus sitis in oppido de/Fiavia quod dicitur Chaves duarum consignationem cum horreis doliis et cadis palearia et horto que omnia ad tantundem quantum ex dicta parrochiale ecciesia tempore dismembrati dismembratum existerat vel circa ascendunt dotasti Ac eiam librum amovendarum causa inter Administratores et vicarios prefatos loco trium mihium Regalium vicario domos ecciesie hortum primitias votam viliam pasaes ecclesie cum comum dominio et vire earum ac munita Joaneyra nuncupatarum locorum Sottolinio et Meyxiez ac/omnes decimas terrarum labore exercendarum panis et vimabeo excutarum rerumque dome sue creandarum ac per do altar oblationes Covales meneses ad dictam ecciesiam sancti michaeiis pertenenses cuius vicarie fructus ad sumam Septuaginta ducatorum ascendent accumuiasti/Que omnia dictiis vicariis acceptavit seu ais de omnibus se contentum reputavit Et pro se suisque heredibus et successoribus obligavit soluturum et soiuturos jura ordinaria fabricam jmpositiones veteres et novas venturas tam per visitatiofles que alio quorumqUe modo pro-/ut mos est hac tamen lege quod si Summus pontifex imposuerit aliqua subsidia tercias decimas et similia Administrator pro rata parte fructuum persolvere teneatur ac ais prout in instrumento seu allis scripturis publicis forsan de super confectis plene dicitur/contineri Et licet sicut eadem submugebat petitio tu dictas preinsertas iitteras validas et sufficientes existere Tibique et heredibus ac successoribus tuis suffragari posse et debere credas Quia tamen quod bona prefata in dotam hujusmodi cappelle et hospitalis tradita et assignata/in ea quantitate quanta fructus ah ecciesia pref ata dismembrata fuerunt vel area ah supernis narratur fuerit in iiiis specificatum et expressum non fuit Seu ais de dote et seu alius assignatione ac acummuiatione acceptatione et obligatione prefatis ac aliis premissis in eis/aliqua mentis facta non existit Ab aliquibus de iliarum viribus forsan hesitatur seu hesitari posse dubitat tempore procedente Ne illarum frustreus effectu Supplicari fecisti humilis tibi super his per sedem prefatam de opportune remedio provideri Nos igitur instrumentorum seu aliarum/ scripturarum pref ataram ac hic forsan devere ex tenores ac si de verbo ad verbum insererentur putibus pro piene et sufficienter expressis habent mis in hac parte supplicationibus inclinati Auctoritate domini pro parte primacie curam Et de eius speciaie ---------------------------------------------------------------------------------------- existere ac suos plenarios efectus sortiri et inmolabiliter ------ observari tibique ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------et heredibus/ successoribus tuis prefatis cetera in omnibus et per ora perinde ac se in eisdem vaiore dote seu ilhius assignatione ac accummulatione acceptatione et obligatione predictis ac aliis premissis expres sametis facta fuisset tenor -------------------- et/deciaramus Quo circa difere-----------------------------------priori contori et Scolastico secularis et coliegiate ecciesie beate maria de Oiiveyra oppidi de Guimar~es eiusdem diocesis et eorum cultu auctorite et mandato predictis comittimus et mandamus quantus per se vei aliam seu aios heredibus et successoribus tuis hujusmodi/in premissis efficacia deffensionis presidio assistentem faciat te et eos decreto nunciationem et declarationem ac allis premissis pacifice fari et gaudere Non permitente te et eos de super iocís aut uoscunque alios tam ecciesiasticos seu solares tenores et personas quacunque et apostolica/auctoritate fungente indebiter molestari contradictores quosit et rebeiles per censuram et alia meis opportuna remedia appellatione proposita compescendo invocate et ad hac si opus fuerit auxilio brachis secularis Non obstan tibus premissis ac constitutionibus ordinationibus apostolicis necnon omnibus que in ipsis litteris voluimus non obstare Ceterisque contrariis quibuscunque Data Rome apud Sanctum petrum sub sigilo officii primacie ii Juiii Konte domini
Pauli papa mi
Anno tertio
BAILLARTI

[Paulo IV (1555 – 1559)]

sábado, 29 de março de 2008

1808 - A "FUGA" DA CORTE PORTUGUESA PARA O BRASIL

É um livro simples e ordenado na forma como está escrito mas, controverso. obviamente controverso. O autor, caricaturando a meu ver excessivamente a corte portuguesa, chega ao ponto de preferir chamar-lhe uma fuga da corte, contrariando outros autores embora tentando justificar, de alguma forma, a razão desse entendimento. Às vezes, parece estar mais preocupado em encontrar "episódios" que possam enxovalhar a Corte que propriamente fazer História.
D. João VI foi o único soberano europeu a visitar terras americanas em mais de 4 séculos e foi quem transformou uma colónia num país independente.
Contudo, o seu reinado no Brasil padece de um relativo esquecimento que, quando lembrado, é infelizmente tratado muitas vezes de forma caricata.
Mas o Brasil de D. João VI não se resume a episódios que o autor considera ... "engraçados". A tal dita "fuga" da família real para o Rio de Janeiro que o autor refere, ocorreu num dos momentos mais apaixonantes e revolucionários do Brasil, de Portugal e do mundo. Guerras napoleónicas, revoluções republicanas e escravidão formaram um cenário no qual se deu a mudança da corte portuguesa e a sua instalação no Brasil.
O autor diz ter investigado durante 10 anos com o propósito de resgatar e contar de forma acessível a história da corte portuguesa no Brasil e tentar devolver os seus protagonistas à dimensão mais correcta possível dos papéis que desempenharam há duzentos anos. As personagens, são tratadas muitas vezes de forma inacreditavelmente (às vezes até parece que propositadamente) caricata.
"Foi o único que me enganou"
Napoleão Bonaparte, nas suas memórias escritas pouco antes de morrer no exílio na ilha de Santa Helena, referindo-se a D. João VI, rei do Brasil e de Portugal
A este propósito, gostaria de recordar, fazendo a ligação, um "post já aqui publicado a propósito de uma comunicação efectuada em 22 de Abril de 2000 na Sociedade Histórica da Independência de Portugal (Lisboa) pelo meu pai Manuel de Barros de Morais Lozada Teixeira Homem
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sexta-feira, 28 de março de 2008

O MORGADIO DE VILAR DE PERDIZES E FAMÍLIAS COLATERAIS E ALIADAS

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A par da Grande História, há a pequena história e, é neste contexto que podemos enquadrar a obra de J. Moniz de Bettencourt onde relata a evolução do morgadio de Vilar de Perdizes e toda a sua participação na defesa do reino em período da Restauração e seguintes bem como, vicissitudes da família e ramos da descendência e colaterais e, famílias aliadas à de Vilar de Perdizes. É neste contexto que recupero algumas das suas notas que ilustram a genealogia e a árvore a que pertencemos ligada à Casa de Samaiões.

A casa de Samaiões

D.Maria Bárbara Dãmasceno de Sousa Yebra e Oca casou a 4 de Dezembro de 1799 [Livro de casamentos (1759-1806) Chaves. Rep. de Cima, fls. 214 v, 215 e 215v.], como dissemos, com Joaquim Teixeira de Barros de Araújo Lozada, [Filho de Francisco de Barros Moraes Araújo Teixeira Homem, fidalgo cavaleiro e marechal de campo, e de D. Luiza Joaquina de Arrochela e Castro. O casamento foi celebrado pelo tio da noiva, Abade Diogo de Sousa Pereira, sendo testemunhas Gregório de Moraes de Castro Pimentel, Fernando Cortez Pizzarro e Sebastião José de Sousa Pizzarro, todos fidalgos cavaleiros.]nascido em Chaves a 21 de Agosto de 1758, falecido a 25 de Julho de 1825, senhor da casa de Samaiões, 9.° administrador do morgadio dos Araújos, de Chaves, e 10º de de Ginso de Guralha, tenente-coronel do regimento de milícias de Chaves, fidalgo cavaleiro da Casa Real por alvará de 2 de Maio de 1778.
Deste casamento nasceram 7 filhos: Luiza Adelaide, Francisco, João, António, Maria do Carmo, Anna Benedita e Joanna. D. Maria Barbara faleceu em 30 de Novembro de 1855.

1 a) D. Luiza Adelaide de Sousa e Barros Teixeira Homem nasceu a 3 de Setembro de 1800. Casou, a 28 de Agosto de 1822, com Joaquim Ferreira Cabral Paes do Amaral,[da família Cabral a que pertenceu Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil] da casa de Agrelos, brigadeiro de cavalaria. Tiveram 5 filhos: António, Maria Luiza, João, Joaquim e Manuel. D. Luiza faleceu em 19 de Junho de 1875.
1 b) Francisco de Barros Teixeira Homem nasceu em 29 de Setembro de 1802. Foi fidalgo cavaleiro da Casa Real e oficial do Exército. Foi senhor das casas de Samaiões e de Quiraz, 10º administrador do morgadio dos Araújos e 11º do de Ginso de Curalha. Desempenhou também as funções de Procurador da Fazenda e Presidente da Câmara Municipal de Chaves. Faleceu solteiro, em Samaiões a 22 de Fevereiro de 1878, deixando os seus bens a seu sobrinho Manuel (2 d).
1 c) João de Barros Teixeira de Sousa foi fidalgo cavaleiro da Casa Real, bacharel em Direito e Juiz de Fora em Porto de Mós. Casou com D Maria Margarida de Figueiredo de Lacerda Castelo Branco, de quem não teve filhos. Faleceu a 3 de Outubro de 1861.
1 d) António de Barros Teixeira Homem de Sousa e Yebra foi fidalgo cavaleiro por alvará de 7 de Julho de 1824. Oficial do Exército, Administrador do concelho de Chaves (1841), Procurador geral dos rendimentos da Casa de Bragança (1838) e comendador da Ordem de Cristo (1824). Faleceu solteiro a 3 de Maio de 1846.
1 e) D. Maria do Carmo de Sousa e Barros faleceu solteira a 27 de Janeiro de 1860.
1 f) D. Anna Benedita de Sousa e Barros nasceu a 16 de Abril de 1814 e faleceu, solteira, a 10 de Outubro de 1897.
1 g) Joanna faleceu com 5 anos de idade.
Dos 7 irmãos, só a primogénita teve portanto descendência.

Os filhos de D. Luiza Adelaide e seu marido (1 a):
2 a) O mais velho, António Ferreira Cabral Paes do Amaral, nasceu na casa de Agrelos a 28 de Janeiro de 1824. Foi fidalgo cavaleiro da Casa Real (1843). Casou com D. Maria Cândida Pereira de Vasconoelos de Sousa e Menezes, da casa do Cabo, em Marco de Canaveses, de quem teve 7 filhos: Joaquim, Alexandre, António, Maria dos Prazeres, Maria Ernestina, José e Maria da Natividade. Faleceu a 29 de Novembro de 1899.
2 b) Maria Luiza nasceu em 28 de Fevereiro de 1826 e faleceu em criança.
2 c) João Ferreira Cabral de Barros nasceu na casa de Agrelos a 24 de Abril de 1828 e faleceu em Samaiões a 18 de Janeiro de 1884, solteiro, sem geração, passando os seus bens para seu irmão Manuel.
2 d) Joaquim Ferreira Cabral nasceu a 1 de Maio de 1832 e faleceu sem geração em 1874.
2 e) Manuel de Barros Ferreira Cabral Teixejra Homem nasceu na casa de Agrelos em 16 de Março de 1835. Foi fidalgo cavaleiro da Casa Real por alvará de 18 de Setembro de 1848. Procurador Junta Geral do Distrito de Vila Real, senhor da Quinta de Eiriz e de metade da quinta do Fontelo, d’as casas de Samaiões, do Bairro Alto e dos Teixeira Homem, em Chaves, da quinta de Quiraz e administrador dos extintos morgadios dos Araújos e do Ginso de Curalha.
Casou na igreja de Massarelos (Porto) a 22 de Novembro de 1886 com D Maria Leonor Paes de Sande e Castro (descendente dos Viscondes de Asseca e dos Marqueses de Pombal). Tiveram 3 filhos: Maria Amélia, Francisco e António
Faleceu em Samaiões em 4 de Janeiro de 1916

Dos filhos de António Ferreira Cabral Paes do Amaral e D Maria Cândida (2 a)
3 a) O mais velho, Joaquim Ferreira Cabral Paes do Amaral nasceu a 10 de Dezembro de 1857 Casou com sua prima D Maria Adelaide Pereira de Vasconcellos de Sousa e Menezes, da casa do Cabo, acima citada. Tiveram um filho de nome António.
3 b) Alexandre Ferreira Cabral Paes do Amaral foi Par do Reino, governador civil de Braga, Ministro de Estado e Reitor da Universidade de Coimbra.
3 c) António Ferreira Cabral Paes do Amaral foi Juiz Conselheiro, escritor, ministro e deputado por Braga. Casou com D. Maria Cândida de Vasconcelos de Sousa e Menezes. Teve uma filha, D. Berta Ferreira Cabral.
3 d) D. Maria dos Prazeres Ferreira Cabral de Sousa e Menezes casou a 25 de Abril de 1894 com João da Silveira Pinto da Fonseca. Tiveram 4 filhos: Maria Leonor, Maria Ana Adelaide, Pedro e Maria Isabel.
3 e) Maria Ernestina nasceu a 22 de Fevereiro de 1866 e faleceu a 27 de Agosto de 1868.
3 f) José nasceu a 1 de Janeiro de 1868 e faleceu a 30 de Maio de 1869.
3 g) Finalmente, D. Maria da Natividade Ferreira Cabral de Sousa e Menezes nasceu a 18 de Janeiro de 1871. Casou a 18 de Janeiro de 1893 com Carlos de Azeredo Leme Pinto e Mello (cuja Mãe era irmã de D. Maria Cândida, acima citada). Tiveram 3 filhos: António, Carlos Maria e Francisco Carlos.

Os filhos de Manuel Ferreira Cabral Teixeira Homem e D. Maria Leonor (2 d):
3 h) A mais velha, Maria Amélia de Sousa Barros de Sande e Castro, nasceu na Foz do Douro a 10 de Novembro de 1887. Foi senhora da casa do Bairro Alto, em Chaves e da quinta de Santa Cruz, nas Casas Novas. Faleceu, solteira, em Julho de 1978.
3 i) Francisco de Barros Ferreira Cabral Teixeira Homem nasceu em Samaiões, em 27 de Julho de 1889. Formou-se em Direito (1912). Foi senhor da casa de Samaiões.
Casou na Sé Nova (Coimbra) a 24 de Janeiro de 1921, com D. Maria da Assunção d’Abreu Castello-Branco, filha do 3º Conde de Fornos de Algodres e de sua 2ª mulher D. Maria da Assunção de Almeida Portugal Correia de Sá (Lavradio). Tiveram 8 filhos: Manuel, Maria da Assunção, Maria Bárbara, Joaquim, João, António, Eugénia Maria de jesus de Todos-os-Santos e Luiza Adelaide, todos nascidos em Samaiões.
3 j) António Paes de Sande e Castro de Barros nasceu a 25 de Maio de 1891. Formou-se em Filosofia. Foi oficial de Artilharia e participou na 1ªa Grande Guerra, sendo condecorado. Senhor da casa dos Teixeira Homem, em Chaves, e da Quinta de Nossa Senhora da Conceição do Ginzo.
Casou na igreja de S. Luís (Lisboa), a 21 de Abril de 1919, com D. Helena Cecília Dora Wemans, filha de Alberto Gérard Mathieu Wemans, de nacionalidade belga, e de D. Amélia Delpiano. Tiveram 4 filhos: Maria Amélia, Ana Maria Benedita, Manuel e Maria Leonor.

O filho de Joaquim Ferreira Cabral Paes do Amaral e D. Maria Adelaide (3 a):
4 a) António Ferreira Cabral Paes do Amaral casou com D. Maria Constança Girão Jácome de Sousa Pereira de Vasconcelos. Tiveram 5 filhos: Maria Adelaide, Joaquim, António, Manuel e Maria Cândida. Os filhos de D. Maria dos Prazeres Ferreira Cabral de Sousa e Menezes e seu marido (3 d):
4 b) D. Maria Leonor Brum da Silveira Cabral nasceu a 26 de Fevereiro de 1895 e faleceu solteira a 10 de Setembro de 1970.
4 c) Maria Adelaide nasceu a 28 de Maio de 1899 e faleceu com 15 meses.
4 d) Pedro Brum da Silveira Pinto da Fonseca nasceu a 16 de Novembro de 1902 e faleceu solteiro a 11 de Janeiro de 1978. Herdou de suas primas terceiras D. Ana e D. Margarida Branca de Sousa e Alvim de Lemos, a quinta e o palácio de Santar conhecido por casa das Fidalgas, que deixou depois em testamento ao senhor D. Duarte João, Duque de Bragança.
4 e) D. Maria Izabel Brum da Silveira Cabral. Nasceu a 20 de Março de 1907 e faleceu solteira a 29 de Março de 1986. Dotada de espírito arguto e memória prodigiosa era o repositório vivo da genealogia da família.

Os filhos de D. Maria da Natividade Ferreira Cabral de Sousa e Menezes e seu marido (3 g):
4 f) António de Azeredo nasceu a 30 de Setembro de 1893 e faleceu solteiro.
4 g) Carlos Maria de Azeredo Pinto e Melio Leme nasceu a 10 de Maio de 1896. Casou pela 1 •a vez com D. Maria Emília Brandão Aguiar Nunes de Moura. Tiveram 10 filhos, entre os quais o arquitecto Francisco de Azeredo.

4 h) Francisco Carlos de Azeredo Pinto e Meilo Leme nasceu a 5 de Outubro de 1900. Casou com D. Maria Cândida de Noronha e Távora Pereira Marramaque, de quem teve 4 filhos, entre outros o brigadeiro Carlos Manuel de Azeredo Leme Pinto e Meio, casado com D. Lúcia Girão Jácome.

Os filhos de Francisco de Barros Ferreira Cabral Teixeira Homem e de D. Maria da Assunção (Fornos) (3 i) (casa de Samaiões):
4 i) Manuel de Barros de Morais Lozada Teixeira Homem, nasceu em Samaiões em 6 de Março de 1922. Tem o curso colonial e seguiu a carreira do funcionalismo ultramarino, em Angola; casou em Moçamedes (1952) com D. Maria Yolanda Seixal de Freitas (falecida em 1978). Tiveram filhos: Francisco, José Carlos, Manuel Nicolau Conceição,e Luisa. Vive actualmente na Sobreda, Monte da Caparica.
4 j) D. Maria da Assunção Luiza Adelaide de Sousa Barros de Abreu Castelo Branco nasceu em Samaiões, em 1 de Novembro de 1923.
Casou em Samaiões (1954) com Domingos Costa Gomes Teixeira, de Jales (Vila Pouca de Aguiar). Têm duas filhas: Maria da Assunção e Maria João. Vivem em S. Paulo, Brasil
4 k) D. Maria Bárbara Ana Benedita de Sousa Barros de Abreu Castelo Branco nasceu em Samaiões, em 31 de Agosto de 1926. Casou com o médico veterinário militar Dr. António Relvas Pires, de quem tem 7 filhos: Maria da Assunção, Augusto, Francisco, Mário António, Eugénia, Manuel Nicolau e Isabel.
4l) Joaquim de Barros Ferreira Cabral Teixeira Homem nasceu a 26 de Dezembro de 1927. Casou, no Brasil, a 10 de Novembro de 1955 com D. May Guimarães Gonçalves. Tem 2 filhos: Nair de Fátima e Francisco.
4 m) João de Barros Moraes de Araújo Lozada, nasceu em Chaves a 23 de Março de 1929. Casou em S. Paulo (Brasil) com D. Ilda de Castro (1957). Tem filhos: Solange, Maria da Assunção e Francisco.
4 n) António de Barros Ferreira Cabral Teixeira Homem nasceu em Samaiões, a 13 de Abril de 1930. Viveu em Angola, de onde regressou a Chaves. Casou, em Luanda (1968), com D. Maria Cristina de Campos Trindade (filha de Francisco Eduardo Trindade e D. Isaura Soares de Campos) de quem tem um filho, Francisco Eduardo, nascido em Luanda a 20 de Abril de 1970.

4 o) D. Eugénia de Jesus Maria de Todos-os-Santos de Sousa Barros de Abreu Castelo Branco nasceu em Samaiões a 14 de Agosto de 1931. Casou com o engenheiro Mário Galrão de Sousa Chichorro Marcão com quem viveu em Linda-a-Velha. Faleceu a 19 de Novembro de 1983. Tiveram duas filhas: Maria da Assunção e Eugénia.
4 p) D. Luiza Adelaide de Sousa Barros de Abreu Castelio Branco, nasceu em Samaiões a 19 de Setembro de 1932. É solteira e vive na cidade da Amadora, Lisboa.

Os filhos de António Paes de Sande e Castro de Barros e D. Helena Wemans (3 j) (casa de Paradela):
4 q) A mais velha, D. Maria Amélia de Sousa Barros nasceu em Lisboa a 4 de Fevereiro de 1920. É casada (1945) com o engenheiro-agrónomo Ernesto Alberto Marcelo Empis Weman’s, de quem tem 7 filhos: João, Helena das Graças, Vasco António, Maria de Jesus, Jorge Salvador, José Martinho e Luiz Maurício. Nasceram e vivem em Lisboa.
4 r) D. Ana Maria Benedita de Sousa Barros nasceu em Lisboa, a 4 de Dezembro de 1921. Casou, na casa de Paradela (1946), com o engenheiro-agrónomo José Emílio Pereira Somrner Ribeiro. Têm 5 filhos: Ana Maria Benedita, Manuel José Maria, Helena Maria, Luís Gonçalo, Gonçalo de Santa Maria.
4 s) Manuel Teixeira Homem de Barros nasceu a 27 de Janeiro de 1924. É casado (1959) com D. Maria Luisa Rebelo da Gama. Têm 5 filhos: Maria Luisa, Helena Maria, Maria Benedita, António e Manuel. Vivem nas Caldas da Rainha.
4 t) D. Maria Leonor Weman`s de Sousa Barros, nasceu na casa de Paradela (Chaves), a 29 de Abril de 1927. É formada em Letras, solteira e vive em Lisboa.

quinta-feira, 27 de março de 2008

CASA DAS FIDALGAS EM SANTAR

A Quinta ou Palácio de Santar, mais conhecida por "Casa das Fidalgas" era propriedade do meu primo Pedro Brum da Silveira Pinto da Fonseca que nasceu a 16 de Novembro de 1902 e faleceu solteiro a 11 de Janeiro de 1978. Era padrinho de baptismo do, meu tio e padrinho de baptismo, António de Barros.

Filho de D. Maria dos Prazeres Ferreira Cabral de Sousa e Menezes e seu marido, João da Silveira Pinto da Fonseca, herdou de suas primas terceiras D. Ana e D. Margarida Branca de Sousa e Alvim de Lemos, esta quinta/palácio de Santar, que deixou depois em testamento ao senhor D. Duarte, Duque de Bragança.

Quem entre em Santar vindo de Canas de Senhorim ou Carvalhal Redondo, ao encontrar umas adegas, está a entrar na zona de interesse histórico de Santar.
Ao chegar mais acima, encontra a Igreja Matriz de S. Pedro de Santar onde a talha é de ornamentações escolhidas. O Cristo que preenche toda a Tribuna é Gótico. Toda a riqueza da Igreja está na talha, nos Santos e na pintura do tecto da Capela-Mor.
Ao sair da Igreja, antes de continuar, existe um cruzeiro e, no muro existe um arvoredo que já faz parte da vedação da Casa das Fidalgas, hoje pertença de D. Duarte Pio de Bragança, Duque de Bragança e residência oficial do Duque de Viseu, D. Miguel


Em frente, está a Fonte da Torre, mandada construir por D. Rui Lopes de Sousa Alvim Lemos em 1789. Está enquadrada na entrada para a Casa das Fidalgas, É uma casa com Capela e recheio valioso. Possui possui capela, biblioteca e recheio de valor, do qual se descreve a sala de jantar que é forrada com pratos e louça fina, é uma das únicas do género. A quinta é murada, tem jardim, área de cultivo e frondoso arvoredo.

A quinta tem árvores centenárias.
A Casa das Fidalgas sofreu já algumas transformações arquitectónicas. Dizem que teve uma Torre, que foi demolida por D. Rui, razão de ao local ainda hoje se chamar de Torre, Fonte da Torre e Largo da Torre.

SOLAR DE Nª Sª DA PIEDADE


Manuel Cabral Castelo Branco em troca de ideias sobre esta questão, recorda, em boa hora, a construção da Capela deste Solar.
O Solar de Nª Sª da Piedade apresenta-se sob dois corpos distintos, cada um dos quais com uma escadaria em pedra.
Ao centro pode apreciar-se a capela de Nª Sª da Piedade que data o ano de 1728 conforme fotografia. e que foi mandada construir por Manuel Castelo Branco.
Esta Capela, ostenta um tecto com pinturas da Escola Grão Vasco.

domingo, 23 de março de 2008

GERAÇÃO POMBALINA – DESCENDÊNCIA DE SEBASTIÃO JOSÉ DE CARVALHO E MELO - LIVRO PRIMEIRO

Autor João Bernardo Galvão-Telles

Editora: Dislivro

Ano do Livro: 2006

Ano da Edição: 2006

Nº Páginas: 500

Encadernação: Capa dura - 24 x 30 cm




Geração Pombalina – Descendência de Sebastião José de Carvalho e Melo da autoria de João Bernardo Galvão Telles, sub-director do Centro de Estudos Genealógicos e Heráldicos da Universidade Lusíada de Lisboa, é o resultado de um projecto de investigação histórica que aquele Centro vem desenvolvendo sobre a descendência do primeiro marquês de Pombal até aos nossos dias, estando prevista a sua divulgação completa num total quatro volumes.
A obra inclui uma abordagem biográfica do primeiro-ministro de D. José e de todos os seus descendentes, com aturadas informações sobre as actividades que desenvolveram, as mercês e honrarias que grangearam, o património que detiveram e muitos outros aspectos de interesse histórico, social e patrimonial.
Neste primeiro volume desenvolve-se a descendência dos dois filhos varões, num livro de elevada qualidade gráfica, totalmente impresso a cores, que contará com cerca de 500 páginas e perto de 300 imagens provenientes de colecções particulares, do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, da Biblioteca Nacional, do Museu Nacional de Arte Antiga, do Museu da Cidade de Lisboa, do Gabinete de Estudos Olissiponenses, do Arquivo Municipal Fotográfico de Lisboa, entre outras instituições.
Inclui também numerosos esquemas genealógicos e quadros que completam a informação constante do texto.Esta iniciativa conjunta do Centro Lusíada de Estudos Genealógicos e Heráldicos da Universidade Lusíada de Lisboa e da Dislivro tem o lançamento marcado para o próximo dia 1 de Março, às 18h30, na Universidade Lusíada, Rua da Junqueira, em Lisboa.
Geração Pombalina – Descendência de Sebastião José de Carvalho e Melo - Livro Primeiro
(consultar página 144)

A DESCENDÊNCIA PORTUGUESA DE EL-REI D. JOÃO II

Autor:Fernando de Castro da Silva Canedo

Editora:Fernando Santos e Rodrigo Faria de Castro (Lisboa)

Ano do Livro: 1937



Ano da Edição: 2006

Idioma: pt

Volumes: 3



A obra, "fruto de beneditino trabalho do Tenente-Coronel Fernando de Castro da Silva Canedo, é de todas as publicadas em Portugal sob este plano - o de explorar a descendência de determinado indivíduo - por certo a mais extensa, volumosa e exaustiva", segundo escreve o Conde de São Paio, D. António, no prefácio.
Do casamento de D. João II com a infanta D. Leonor houve apenas um filho, o príncipe herdeiro D. Afonso que, na flor da idade, com apenas 16 anos, morreu sem deixar herdeiros do seu casamento com a infanta D. Isabel de Espanha, que viria depois a ser rainha de Portugal pelo casamento com D. Manuel I.
A "Descendência Portuguesa de El-Rei D. João II" corresponde, assim, à dedução genealógica da descendência do senhor D. Jorge, duque de Coimbra, nascido de uma ligação do Rei com D. Ana de Mendoça e abrange todas as grandes famílias da nobreza portuguesa.
(Ver página 271, volume II)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

VESTIDO DE NOIVA


Esta fotografia que tirei na Casa de Samaiões por volta, talvez, de 1990 mostra, como nos diz J. Moniz Bettencourt, no seu livro “O Morgadio de Vilar de Perdizes”, "o rico vestido de noiva de D. Maria Bárbara Damasceno (fig. 39).
Além disso, até há poucos anos encontrava-se aí uma sege que era a réplica exacta da que o morgado João António de Sousa Pereira Coutinho deixou no Paço de Vilar de Perdizes, indicando um construtor comum, " - refere ainda.
Vejamos então quem era D. Maria Bárbara Damasceno

As irmãs do morgado João António de Sousa Pereira Coutinho, casaram com fidalgos militares da região.
D. Maria Pulquéria (Pulcheria) casou com o general António de Lacerda Pinto da Silveira (parente do General Silveira que se distinguiu na defesa de Trás-os-Montes contra a invasão de Soult) e foi viver com ele para a casa do Covelo, em Canelas, no Douro.
D. Maria Bárbara Damasceno casou com o tenente-coronel Joaquim de Barros de Araújo Lozada, passando a viver na casa de Samaiões (Samaoens) próximo de Chaves. Ambas tiveram larga descendência que contraiu alianças com outras casas nobres.
Do lado de D. Maria Pulquéria, sobretudo com a casa da Bóbeda, próximo de Chaves; do lado de D. Maria Bárbara, entre outras, com as casas de Agrelos (Santa Cruz do Douro) e de Paradela (próximo de Chaves).
Maria Barbara casou a 4 de Dezembro de 1799 (Livro de casamentos (1759-1806) Chaves. Rep. de Cima, fls. 214 v, 215 e 215v) com Joaquim Teixeira de Barros de Araújo Lozada (filho de Francisco de Barros Moraes Araújo Teixeira Homem, fidalgo cavaleiro e marechal de campo, e de D. Luiza Joaquina de Arrochela e Castro.
O casamento foi celebrado pelo tio da noiva, Abade Diogo de Sousa Pereira, sendo testemunhas Gregório de Moraes de Castro Pimentel, Fernando Cortez Pizzarro e Sebastião José de Sousa Pizzarro, todos fidalgos cavaleiros nascido em Chaves a 21 de Agosto de 1758, falecido a 25 de Julho de 1825, senhor da casa de Samaiões, 9.° administrador do morgadio dos Araújos, de Chaves, e 10º do de Ginso de Guralha, tenente-coronel do regimento de milícias de Chaves, fidalgo cavaleiro da Casa Real por alvará de 2 de Maio de 1778
Deste casamento nasceram 7 filhos: Luiza Adelaide, Francisco, João, António, Maria do Carmo, Anna Benedita e Joanna.
D. Maria Barbara faleceu em 30 de Novembro de 1855.
Em partilhas, este vestido encontra-se hoje na posse da minha tia Maria Luísa Adelaide que vive na cidade da Amadora, Lisboa, onde tirei as fotografias que anexo

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

CENTENÁRIO DA MORTE DO REI D. CARLOS I

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D. Carlos
(Um filme interessante --> AQUI)


Lisboa, nasceu a 28 de Setembro de 1863, faleceu a 1 de Fevereiro de 1908
Rei de Portugal.
Filho de D. Luís I e de D. Maria Pia de Sabóia.

Casou com a princesa D. Maria Amélia de Orleães. Subiu ao trono no final de 1889, sofrendo logo no início do reinado com a grave crise resultante do Ultimato Inglês.
A difícil situação financeira e as discórdias e rivalidades dos dois grandes partidos "rotativos" (Progressista e Regenerador) mantinham a atmosfera de agitação e desassossego na vida política.
Aparece, então, João Franco Castelo Branco, fundador do novo Partido Regenerador Liberal, a quem D. Carlos I, impressionado pela sua energia, boa vontade, planos saneadores e renovadores, entregou o poder em Maio de 1906. Ao fim de um ano a acção do Governo congregava grandes esperanças.

Daí a hostilidade que provocou nos antigos partidos, ameaçados de deposição, e nos adeptos da República, receosos de ver a Monarquia fortalecida.
A 28 de Janeiro de 1908, a revolução abortou, antes de estalar.


Três dias depois, a 1 de Fevereiro, quando regressava de Vila Viçosa a família real sofre atentado no Terreiro do Paço, pelas mãos de Alfredo Costa e Manuel Buiça.

São feridos mortalmente o rei e o príncipe herdeiro, D. Luís Filipe.


HOJE, 1 de Fevereiro de 2008

Várias cerimónias assinalam centenário da morte de rei
Neste primeiro dia de Fevereiro, assinala-se com alguns eventos o centenário da morte do rei D. Carlos I e do príncipe D. Luís Filipe.
Ambos foram mortos a tiro, no Terreiro do Paço, em Lisboa, num momento em que, à conspiração republicana, se somavam vários descontentes monárquicos e a determinação de carbonários e anarquistas.
Neste primeiro de Fevereiro, centenário do regicídio, o Presidente da República descerrou em Cascais uma estátua do rei D. Carlos.
Às 10 da manhã, o escritor José Jorge Letria, autor de um livro sobre o dia em que mataram o rei, promoveu no Terreiro do Paço uma conversa sobre o regicídio com alunos de várias escolas.
José Jorge Letria considera que este «foi um dos acontecimentos mais mediáticos da história [de Portugal] a par do 25 de Abril».

«Não vejo outro que tenha tido este impacto», salienta.
Ainda no Terreiro do Paço, local do regicídio, a fundação D. Manuel II promoveu, às 17 horas, uma homenagem que contou com a presença do chefe da casa real portuguesa, Duarte Pio de Bragança.
A morte do rei D. Carlos e do seu filho primogénito, D. Luís, é vista como o derradeiro acontecimento para o derrube da monarquia.
A república foi instaurada dois anos depois, a 5 de Outubro de 1910.