BOAS VINDAS

Benvindos a este espaço! Esta é uma página estritamente familiar, aberta a todos aqueles, familiares ou não, que de alguma forma queiram contribuir com o que sabem e conhecem ou simplesmente tenham meras curiosidades e questões que pretendam levantar. Tudo o que diga respeito ou se relacione com a família do meu pai ou da minha mãe, será sempre objecto da minha atenção.

domingo, 27 de julho de 2008

LOSADA (ou LOUSADA) - TOMBO HERÁLDICO(1)



1. Classificação: heráldica de família.
2. Localização: Paradela da Veiga (Freguesia de S. Pedro de Agostém).
3. Datação: Século XVII.
4. Descrição heráldica:

— escudo: português, elmo voltado à dextra, correias, paquife e timbre, o conjunto enquadrado em moldura rectangular, tudo de pedra.
— composição: armas plenas.
— leitura: um leão com uma espada posta em faixa na garra dextra encimado por cinco crescentes deitados (1).

Timbre: três plumas.
— identificação:

São as armas da família LOSADA (ou LOUSADA), de Quiraz.
Brasonam-se: Cortado (2):

I — de púrpura, cinco crescentes de prata deitados;
II — de púrpura, um leão de ouro com urna espada de prata na garra dextra.

Timbre: três plumas.
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1 Dizem-se deitados os crescentes cujas pontas estão voltadas para o bordo lateral dextro do escudo.
2 Nesta pedra de armas o traço do cortado não é visível, talvez por estar sob a espada ou por ter sido mal interpretado o desenho, uma vez que as duas partes do escudo têm a mesma cor.

LOSADA (ou LOUSADA) - TOMBO HERÁLDICO(2)


5. Comentário:
A pedra de armas, embora com um elmo sobredimensionado, tem equilíbrio e uma certa elegância. As plumas do timbre, dado o pouco espaço disponível dentro da moldura, estão deitadas, distinguindo-se com dificuldade. Julga-se que seriam três.
A identificação das armas não é fácil porque esta composição é muito pouco conhecida. Com efeito, as armas tradicionais dos Lousada (família originária da Galiza) são muito diferentes destas e incluem uma ou mais lousas (armas falantes, portanto) sobre dois ou mais lagartos.

Estas armas aludem aos feitos dos fundadores da linhagem, os irmãos Juan e Diego de Losada que, com grande valentia e determinação, terão extirpado uma praga de cobras e lagartos que haviam invadido as terras do vale de Quiroga. Na Galiza há diversas composições variantes destas armas, as únicas usadas pelos Losada.

A composição usada em Portugal brasona-se: de prata, com duas rochas de lousa de púrpura moventes do flanco esquerdo do escudo e dois lagartos de sua cor saíntes em faixa das fendas das lousas.
No entanto, alguns dos Losada que passaram a Portugal adoptaram armas muito diferentes. Braamcamp Freire (A.P.) refere a existência de armas de Lousada com composição análoga a estas, de Paradela, descrevendo-as como segue — cortado: o 1 de vermelho, leão de ouro com uma espada na garra dextra; o segundo de vermelho com cinco crescentes de prata deitados. Como se vê, a diferença está na cor do escudo e na disposição das peças, que está invertida.

Uma composição diferente destas armas aparece em Vilas Boas e Sampayo (N.P.); o escudo está fendido (1) e os crescentes surgem no primeiro. A composição que nos surge em Paradela da Veiga é registada apenas numa obra, preciosa pelo volume e qualidade da informação que contém: "Triunfos de la Nobreza Lusitana y Origen de sus Blazones", de António Soares de Albergaria, «Olysiponensis Sacerdotis pro operis Coronide Epygrama», manuscrito datado de 1631 (2).

A única diferença está no timbre que Soares de Albergaria diz ser o leão do escudo. Esta diferença não tem importância pois o timbre pode ser uma escolha individual

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1 Diz-se fendido o escudo dividido ao meio por uma diagonal do canto superior dextro para o inferior da sinistra
2 É o codice no 1119 da B NL pag 137 verso

LOSADA (ou LOUSADA) - TOMBO HERALDICO(3)

6 Identificação da família

Estas armas pertencem a família Barros, de Samaiões De uma forma multo simplificada, segue o registo genealógico destes Losada (1)

I — Pedro Rodrigues Lousada Fidalgo espanhol Casou com D Ana Pires da Veiga, natural de Quiraz, Concelho de Vinhais Tiveram, pelo menos:

II — Francisco Rodrigues Lousada Casou com D Isabel Vaz de Moraes, de Vilar Sêco de Lomba, descendente dos Moraes, Senhores de Vinhais que alegam descender de um dos Condes Soberanos de Castela, dos Reis de Navarra e de Leão Tiveram, pelo menos:

III — Pedro Rodrigues de Moraes Capitão Mor de Vilar Seco de Lomba Casou com D Maurícia de Barros, de uma ilustre família de Águas Frias Tiveram, pelo menos:

IV — João de Barros Pereira do Lago. Foi cavaleiro Professo na Ordem de Cristo. Tenente Coronel de Cavalos. Casou com D. Jerónima de Moraes Ferraz (2). Tiveram, pelo menos:

V — Francisco de Barros de Moraes Araujo Teixeira Homem, Marechal de Campo já referido em XLII (3). Casou com D Luiza Joaquina de Arrochela de Castro de Almada e Tavora, da família Castro Moraes, de Chaves, senhores dos Morgados do Populo e Santa Catarina Tiveram, pelo menos:

VI — Joaquim Teixeira de Barros de Araújo Lousada. Casou com D Maria Barbara Damasceno de Sousa Yebra y Oca, da Casa dos Morgados de Vilar de Perdizes Foi sua herdeira:

VII— D Luiza Adelaide de Sousa e Barros Casou com o Brigadeiro de Cavalaria Joaquim Ferreira Cabral Paes do Amaral. Tiveram, pelo menos:

VIII — Manuel de Barros Ferreira Cabral Casou com D Mana Leonor Paes de Sande e Castro, bisneta dos 5 °s Viscondes de Asseca Tiveram, entre outros, o Dr Francisco de Barros Ferreira Cabral Teixeira Homem, senhor da Quinta de Samaiões, que casou com D Maria da Assunção de Abreu Castelo Branco, filha dos 3.°s Condes de Fornos de Algodres e o Dr. António de Sales Paes de Sande e Castro de Barros, senhor da Quinta de Paradela, que casou com D. Helena Cicília Dora Wemans.
Ambos com descendência descrita nas obras já mencionadas (4)

7. Bibliografia:

Além da citada nas notas: —A.P. —pág. 281.

— C.P. — vol 1, pág. 345 e 346; vol. III, pág. 222 em diante.
— F.G. — vol. XXT, Moraes, § 52 e § 55.
— N.P. — pág. 294.
— José Carlos de Athayde de Tavares, Amaraes Osórios, Lisboa, 1986, pág. 247 a 253.
— Nobiliário de Alentem, anotado pelo Visconde de Cortegaça, Viana do Castelo, 1955, fl. 114.
— J. Moniz de Bettencourt, O Morgadio de Vilar de Perdizes, Lisboa, 1986.

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1 Os dados genealógicos são retirados de FG e do Abade de Baçal
2 Esta senhora como já dito descendia dos Teixeira Homem e outras ilustres famílias de Chaves
3 Francisco de Barros Ferreira Cabra! Teixeira Homem Chaves na revolta de 1808, Chaves 1930 (Fornece dados biográficos de alguns dos militares da família)
4 Para as últimas gerações ver o Anuário da Nobreza de Portugal, III, tomo 11, 1985, pág. 771 e 772

TEIXEIRA - TOMBO HERÁLDICO (2)


1. Classificação: heráldica de família.
2. Localização: na Rua Direita, prédio com os números 240 a 248.
3. Datação: séc. XVII.
4. Descrição heráldica:— escudo: português, elmo voltado à dextra, paquife e timbre, o conjunto enquadrado em moldura rectangular com uma aba no topo, tudo de pedra.
— composição: esquartelado.
— leitura:I e IV — uma cruz potenteia e vazia (1).
II — seis costas; em chefe uma flor de lis.
III — cinco folhas de figueira.

Timbre — um cavalo deitado (?).
— identificação: são as armas das famílias:

I e IV — TEIXEIRA — De azul, cruz potenteia de ouro, vazia do campo (2).
II — COSTA — De vermelho, seis costas de prata postas em faixa, alinhadas em duas palas e moventes dos flancos (3).
III — FIGUEIREDO — De vermelho, cinco folhas de figueira de verde, nervadas e perfiladas de ouro (4).
Timbre: o dos TEIXEIRA — um unicórnio nascente de prata, armado (5) de ouro.
Diferença: uma flor de lis no chefe do segundo quartel.
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1 Cruz potenteia é a cruz cujos braços terminam em T. Uma cruz diz-se vazia quando os seus braços têm uma abertura através da qual se vê a cor do campo em que está apoiada.
2 Estas armas já constam em A.M. e A.G.
3 Estas armas já constam em A.M. e AG.
4 Estas armas já constam em AM. e A.G.
5 Diz-se armado o animal cujas garras têm cor diferente da do corpo

TEIXEIRA - TOMBO HERÁLDICO (2)

5. Comentário:
No enquadramento em moldura rectangular e na forma de desenvolvimento do paquife há alguma semelhança entre esta pedra de armas e uma que se encontra em Paradela da Veiga e adiante será estudada. Sendo da mesma época, é natural que uma delas tenha inspirado a outra ou que tenham sido esculpidas pelo mesmo canteiro.
Mas as diferenças entre elas são também assinaláveis. A dimensão e proporções relativas do elmo são, neste caso, as ortodoxas e o tratamento do paquife, do timbre e de todas as peças e figuras do escudo demonstram uma qualidade de desenho bem mais apurada. O pormenor inesperado da aba protectora confere, aliás, a esta pedra uma originalidade digna de registo.
O timbre deveria ser um unicórnio sainte, ou seja, mostrando apenas a parte anterior do corpo. No entanto, ele aparece aqui deitado, numa posição que a iconografia deste feroz animal fabuloso — que só podia ser amansado e domesticado por uma virgem sem mácula — apresenta com alguma frequência (6). A posição do unicórnio e o seu apoio sobre a curvatura do elmo são particularmente expressivas.
A anomalia mais notável nesta pedra de armas é a localização da diferença. O Regimento e Ordenação da Armaria (7) determinava para a colocação das diferenças “... e serão postas na cabeça do escudo da parte da mão direita...”; por razões estéticas, admitia-se que essa colocação se fizesse no centro do chefe. Neste caso, num esquartelado, a diferença — a flor de lis — foi colocada no segundo quartel. É certo que esta posição era mais fácil, não obrigando a deformar peças como aconteceria se colocada no primeiro quartel. No entanto esta solução, não sendo singular, pode considerar-se excepcional.

6. Identificação da família:Um dos mais notáveis flavienses do século XVI foi Martim Teixeira, o velho, que viria a ser um dos principais progenitores da fidalguia transmontana dos séculos seguintes.
Martim Teixeira faleceu em 1557 e, tendo instituído uma capela, jazia na colegiada de Chaves em sepultura armoriada com as armas de Teixeira.
Do seu casamento com Francisca Rodrigues teve nove filhos de que ficou larga geração. Dois deles — Leonardo Teixeira e Isabel Gomes Teixeira — casaram, a troco, com filhos de Francisco da Costa Homem, fidalgo da Casa do Duque de Bragança e Alcaide Mor dessa cidade, e de sua mulher D. Catarina de Figueiredo.
Leonardo Teixeira, que foi chanceler da comarca de Chaves, casou com D. Antónia de Figueiredo; Isabel Gomes Teixeira casou com Fernão da Costa Homem, irmão portanto de sua cunhada. Estes dois casais tiveram muita descendência, entre a qual as famílias Teixeira Homem, Teixeira de São Paio, Leite Chaves, Teixeira de Magalhães, Moraes Castro, Costa Homem e Pereira do Lago.
Esta pedra de armas da Rua Direita só pode ter sido mandado gravar por um descendente de um destes dois casais. Não se conhece carta de brasão que lhe diga respeito. Nestas circunstâncias, e na impossibilidade de encontrar documento ou registo da construção da casa, a identidade de quem mandou gravar a pedra apenas poderá ser deduzida através da heráldica, da genealogia e da cronologia.
O facto de terem sido colocadas as armas de Teixeira nos 1º e 4º quartéis e a opção pelo timbre dos Teixeira leva a crer que esse apelido vinha por varonia.
A escolha da diferença, por sua vez, indicia que as armas vinham por pai e avô paterno (8). Tratar-se-ia pois de um descendente de Leonardo Teixeira, por varonia. Sabe-se que este terá nascido cerca de 1519 e vivia ainda em 1592 (9). Uma vez que a pedra data do século XVII é muito provável que tenha sido um seu neto ou bisneto quem ordenou a gravação.
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6 Alain Erlande-Brandenburg, La Dame à la Licorne, Ed. de Ia Réunion des Musées Nationaux. Paris, 1985.Rodney Dennys, The Heraldic Imagination. Ed. Barrie & Jenkins. London, 1975.
7 Conde de São Paio, op. cit., pág. 119.
8 Conde de São Payo, op. cit., pág. 70.
9 Luís de Meio Vaz de São Payo, A Família Coelho de Campos, Oficializada pelo Santo Ofício, in Armas e Trofmus, VI Série, tomo IV. Lisboa, 1992.

TEIXEIRA - TOMBO HERÁLDICO (3)


Vejamos pois a genealogia descendente de Leonardo Teixeira até aos seus bisnetos, seguindo apenas as linhas de varonia:
1 — Leonardo Teixeira
Teve ordens menores em Braga a 19 de Setembro de 1529. Foi Chanceler da Comarca de. Chaves. Casou com D. Antónia de Figueiredo, filha de Francisco da Costa Homem, Alcaide Mor de Bragança, e de sua mulher D. Catarina de Figueiredo, de Viseu. Tiveram:
1 (II) — Martim Teixeira Homem, que segue.
2 (II) — Francisco da Costa Homem Teixeira, Chanceler. Teve um filho Sacerdote e várias filhas.
II — Martim Teixeira Homem
Foi Comendador de S. Nicolau de Carrazedo de Montenegro. Casou com D. Francisca Alvares Veloso, filha de António Alvares Veloso, Abade de Eiró. Tiveram:

1 (III) — Leonardo Teixeira Homem. Foi Cavaleiro Fidalgo. Casou com D. Joana de Castro e teve, como únicos filhos varões, os Padres Martim Teixeira Homem e Pascoal Teixeira(10).
2 (III) — Francisco Teixeira Homem. Casou com sua prima D. Maria de Moraes, neta de Fernão da Costa Homem e Isabel Gomes Teixeira, atrás referidos. Tiveram, como único filho varão, Fr. Francisco de Chaves.
3 (III) — João Teixeira Homem. Foi soldado na Índia e aí faleceu, solteiro.
4 (III) — Gonçalo Teixeira Homem. Casou com Isabel Mendes, filha de Manuel de Araújo Negreiros e Violante de Queiroga. Tiveram:

1 (IV) — Francisco Teixeira. Sendo soldado, faleceu em Orense, solteiro.
2 (IV) — João Teixeira Homem. Foi Sargento Mor da Ordenança em Chaves. Casou com Joana Padrão, filha de Pedro Barreira Loução e Francisca Alvares. Tiveram descendência.
3 (IV) — Manuel Teixeira Homem. Casou com Francisca de Barros, filha de Baltazar de Barros Pimentel. Tiveram geração (11).
4 (IV) - Martim Teixeira Homem. Casou com Mariana da Fonseca, filha do Dr. Francisco da Fonseca e de Gracia Mendes de Sá. Tiveram geração.

De acordo com as genealogias mais completas e seguras (12) estes são os netos e bisnetos de Leonardo Teixeira, sem quebra de varonia. Se foi respeitado o Regimento da Armaria no desenho e gravação da pedra, um destes terá sido o dono da casa. Embora- todos igualmente prováveis, se entrarmos em consideração com a continuidade da ligação com Chaves, teremos que admitir maior probabilidade para os netos Francisco — 2 (III) — e Gonçalo — 4 (III) — e para os bisnetos João — 2 (IV) — Manuel — 3 (IV) — e Martim 4 (IV).

7. Bibliografia e Fontes documentais:
Além da indicada nas notas:
— A.N.T.T. — Habilitações para o Santo Ofício, António, maço 3, dil. 131, ano 1624. Francisco, maço 16, dil. 473, ano 1678.
— A.D.B. — Habilitações de Genere — Francisco Teixeira de Castro, ano 1706.
— F.G. — tomo XXVII, título Teixeira, § 13, 50, 51, 52 e 79. Costados, tomo 4, árv. 21.
— G.M., op. cit., título 9.
— Júlio A. Teixeira, op. cit., vol. IV pág. 479 a 489.
— Luís de Meio Vaz de São Payo, Famílias de Chaves — I, in Raízes e Memórias, n.° 12.
Lisboa. Junho de 1996.

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10 De uma irmã destes padres, D. Maria Teixeira de Moraes, descende a família Barros de Samaiões e Paradela.
11 J.G. Calvão Borges, Barros de Carrazedo de Montenegro, fidalgos e cristãos novos, Santo Oficio e estatuto social no Trás-os-Montes dos séculos XVII e XVIII. Sep. de Armas e Troféus. Lisboa, 1983.
12 Baseando-se essencialmente em EM.S., a genealogia apresentada apoia-se também em Habilitações de Genere e Habilitações para o Santo Ofício.

BARROS - TOMBO HERÁLDICO (1)

São vários os ramos da Heráldica da família. Esta classificação já se encontrava devidamente descrita aqui

Descrição heráldica:

- escudo: francês com elmo voltado à dextra; timbre
- composição: aquartelado
- leitura:

I- três bandas acompanhadas de nove estrelas de seis raios, postas 2, 3, 3, 1;
II - aspa carregada de cinco besantes;
III - cruz potenteia e vazia;
IV - seis crescentes, alinhados em 2 palas 3 e 3.

São as armas das famílias:

I — BARROS
De vermelho, com três bandas de prata, acompanhadas de nove estrelas de seis pontas de oiro, postas 1,3,3,2.
II — ARAÚJO
De prata, uma aspa de azul carregada de cinco besantes de oiro postos em aspa.
III— TEIXEIRA
De azul uma cruz de oiro potenteia e vazia.
IV — HOMEM
De azul com seis crescentes de ouro postos alinhados em 2 palas de 3 e 3.

Timbre: o dos BARROS aspa de vermelho carregada de cinco estrelas de ouro.