BOAS VINDAS

Benvindos a este espaço! Esta é uma página estritamente familiar, aberta a todos aqueles, familiares ou não, que de alguma forma queiram contribuir com o que sabem e conhecem ou simplesmente tenham meras curiosidades e questões que pretendam levantar. Tudo o que diga respeito ou se relacione com a família do meu pai ou da minha mãe, será sempre objecto da minha atenção.

terça-feira, 22 de maio de 2007

JOSÉ CARLOS DE FREITAS - FUNDADOR DO SPORTING CLUBE DE MOÇAMEDES


Esta é uma JUSTA HOMENAGEM a um dos meu HERÓIS - o meu avô materno, José Carlos de Freitas moçamedense de alma e coração!
No dia 1 de Julho de 1925, o SPORTING CLUBE DE MOÇAMEDES (Sporting Club Mossamedes), completava na altura o seu 3º aniversário.
Para comemorar a efeméride, foi publicado um NÚMERO ESPECIAL do Jornal "O SPORTING".
Trata-se de um Jornal que, ao fim e ao cabo, mais não é que um conjunto de agradecimentos, incentivos e dedicatórias de vários elementos dos Corpos Gerentes do Clube e de outras pessoas, à data, influentes na cidade de Moçamedes que reconheceram neste meu HERÓI a grata figura que era, respeitável, sportinguista como poucos e, uma excelente pessoa, séria, íntegra e verdadeira.
Esta imagem, está bem espelhada ao longo das 8 páginas que compõem o Jornal, cujo preço de 4$00, para a época, talvez se justificasse por ser um Jornal Comemorativo.
Talvez esteja explicada, nestas poucas linhas, a razão porque o meu Clube do coração é o Sporting Clube de Portugal ... desde pequenino.
Infelizmente, com a idade de 66 anos, viria a falecer no dia 22 de Março de 1969 no Hospital de Oncologia em S. Domingos de Benfica, Lisboa, vítima de um carcinoma de pulmão conforme consta no livro de assentos de óbito da 10ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa, folha 172, registo 334.

sábado, 12 de maio de 2007

ÍNDICES DOS REGISTOS PAROQUIAIS DE LISBOA


Com o patrocínio exclusivo do BPI e o apoio da Associação dos Amigos da Torre do Tombo, a Editora Guarda-Mór lançará no princípio de Setembro o primeiro volume da obra de Luis Amaral “Índice dos Registos Paroquiais de Lisboa – Casamentos” que divulgará os índices de todos os casamentos realizados nas freguesias da cidade de Lisboa entre 1801 e 1850.


O trabalho será distribuído por 10 volumes que incluirão, cada um, cinco anos de registos. Neles se disponibilizará a súmula de cada assento – com indicação dos nomes dos noivos, a data, freguesia, livro e folhas -, um índice por primeiro nome do noivo e da noiva e, finalmente, um índice por apelido ou sobrenome dos dois nubentes.


Com prefácio do Professor Doutor António de Sousa Lara, este primeiro volume abrange o período de 1801 a 1805. Inclui 7.795 registos de casamentos nas 47 freguesias em que Lisboa se encontrava dividida nessa época. Levanta-se assim a relação das cerca de 15.000 pessoas, lisboetas, de fora da cidade e do estrangeiro, que aqui viveram ou escolheram Lisboa para dar início a novos núcleos familiares durante os cinco primeiros anos de oitocentos.


Seguir-se-ão os registos de todos aqueles que o fizeram até meio desse conturbado século XIX. À importância da obra para todos os investigadores desse período (não apenas genealogistas, para quem será fundamental) corresponde o trabalho incansável de 28 anos de investigação que o Autor do “Genea Portugal”, entre outras obras, agora apresenta publicamente. Trata-se de uma edição limitada deste trabalho importantíssimo para a investigação histórica no futuro que será lançado a 6 de Setembro na Biblioteca Genealógica de Lisboa.


O preço de venda ao público será de 40 euros.

GENEALOGIAS DA ILHA TERCEIRA


Fruto de 40 anos de trabalho nos mais importantes arquivos nacionais, Jorge Forjaz e António Ornelas Mendes apresentam agora, numa edição monumental, a sua investigação sobre as Genealogias da Ilha Terceira.


Começando pelos primeiros povoadores e tendo em atenção que o povoamento se foi fazendo num período de tempo alargado, os autores desenvolvem até à actualidade as genealogias de centenas de famílias que, a partir da Terceira se espalharam pelas várias ilhas dos Açores – especialmente São Miguel, Graciosa, Faial, São Jorge, e Flores – pela Madeira, pelo Continente, pela Europa, pelo Brasil e outros países das Américas.


Explorando as mais importantes fontes arquivísticas – registos paroquiais, testamentos, nomeações, chancelarias régias, Desembargo do Paço, Leitura de Bacharéis, Matrículas na Universidade de Coimbra, Santo Ofício, Ordens de Cristo, Santiago e Avis, etc., a obra distribui-se por 9 volumes que incluem cerca de 400 capítulos, subdivididos em 1.500 sub-capítulos, e mais de 15.000 notas que permitem construir biografias e descrever o trajecto de inúmeras personagens que, ao longo de séculos, fizeram a História da Terceira e, também, de Portugal.
Editado pela Dislivro Histórica com o apoio da Caixa Económica da Misericórdia de Angra do Heroísmo, Genealogias da Ilha Terceira será, por tudo isto, o maior estudo de genealogia alguma vez publicado em Portugal.


O custo de subscrição da obra será de 300 euros – valor que não inclui os portes de envio – estando previstas várias modalidades de pagamento, incluindo a repartição em cinco prestações.
Pelas suas características especiais, a tiragem será praticamente limitada aos subscritores, o que a transformará em pouco tempo numa raridade bibliográfica.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

MEMÓRIAS DO SEXTO MARQUÊS DE LAVRADIO



Este livro, retratando alguns episódios familiares, revela-se principalmente na sua vida ao serviço de S. M. o Rei D. Carlos, no enorme respeito pela Rainha D. Amélia e a grande simpatia pelos Príncipes.

Recorrendo de algum modo ao prefácio de seu filho José Luís (7º marquês), diria que a figura do 6º Marquês de Lavradio era por demais forte e inconfundível para que o túmulo a pudesse apagar da mente e do coração de quem o conheceu. Espírito de rara cultura e de finíssima sensibilidade, coração generoso e ardente, cristão sincero, monárquico convicto, lealíssimo servidor dos seus Reis, homem de um só rosto e de um só parecer, o Marquês de Lavradio foi, sem dúvida, um grande senhor, em quem à nobreza do sangue se juntaram a de alma e a de carácter, tríade indispensável e única para produzir um Fidalgo de Raça, daquela Raça que escreveu as mais belas páginas da nossa História, que infelizmente vai rareando e de que o Marquês de Lavradio foi um dos últimos e mais brilhantes representantes.

Os que o conheceram reconheciam-lhe a fineza do seu trato, a delicadeza das suas maneiras, o encanto da sua conversa, aquela irradiante e irresistível simpatia que a si atraía imediatamente quem dele se abeirasse. Esses não poderão ler sem saudades estas Memórias, em que a cada passo se sente viver e palpitar o coração do seu autor.
Não pretendeu este fazer literatura, mas apenas contar, no seu estilo simples que, porém, não exclui a riqueza e a precisão dos termos, as recordações da sua vida.

E como esta esteve ligada a factos da nossa História contemporânea, sobre os quais não foi ainda feita inteiramente luz, é inegável o interesse da obra.
A vida íntima da ultima Corte, a viagem do Príncipe Real a África, os acontecimentos que, no Paço, precederam e acompanharam a revolução de 5 de Outubro, tudo quanto respeita às incursões, à acção de S. M. El-Rei D. Manuel no exílio, constitui documentação inédita de incontestável valor e interesse e sem o estudo da qual, de futuro, se não poderá escrever sobre aquela época.
Mas, no entanto, não foi essa a preocupação do marquês de Lavradio ao deixar-nos estas Memórias. O que ele quis foi que consigo não morressem as recordações e as saudades que tinha dos Príncipes que tão dedicadamente serviu, a quem consagrou a sua vida, por quem tudo sacrificou. É comovedora a ternura com que ele se refere a El-Rei D. Carlos, ao Príncipe, a El-Rei D. Manuel, e as mais belas páginas da obra são sem duvida as que dedicou a S. M. a Rainha

É que, na verdade o centro da sua vida foi sempre o seu Rei. Por ele largou a sua farda de marinheiro - o maior sacrifício que podia fazer - ; para O não abandonar, em 5 de Outubro, não hesitou em separar-se da sua própria família, numa hora em que se não sabia o que seria, em Portugal, o dia seguinte; por Ele sofreu e fez sofrer aos seus as amarguras de um duro exílio, que o levou à ruína; e na véspera de El Rei morrer, estava disposto a tudo abandonar para de novo voltar para esse exílio, para junto de seu Rei que uma vez mais o chamava. Por isso, não admira que ao perder o seu Príncipe, considerasse que a sua própria vida acabara.
Foi então que, talvez para ter a ilusão de que tudo não morrera, ele escreveu estas Memórias a cuja publicação já não pode infelizmente assistir, recomendando a seu filho, insistentemente, à hora da sua morte que a ela procedesse.
Pode bem dizer-se que o seu coração palpitou até ao último momento, pelos Príncipes que tão lealmente servira.

Na véspera de morrer, S.M. a Rainha D. Amélia quis visitá-lo. O que foi esse encontro de S. M. com o seu velho e leal servidor, companheiro e amigo dos Seus filhos tão tragicamente desaparecidos, num ambiente em que tudo – fotografias, bibelots, móveis – Os recordava e ao tempo de Sua realeza, não pode descrever-se, nem quem a ele assistiu o poderá esquecer. Ao despedir-se porém, já em estado de enorme fraqueza, apenas e com dificuldade articulava alguns monossílabos, tendo de exprimir-se quase sempre por sinais conseguiu reafirmar a sua fidelidade à Rainha que com aquele seu sempre tão doce sorriso, confirmava.

Nas páginas deste livro, o que se lê do princípio ao fim é uma homenagem a essa permanente Fidelidade

domingo, 6 de maio de 2007

DIA DA MÃE

O dia de hoje, Dia da Mãe, é para mim um dia de uma enorme saudade, de uma recordação infinita e de uma dor que só quem passa por ela compreende o verdadeiro sentido do que estou a dizer, e principalmente do que estou a sentir.
É pois, para mim, um dia de grandes recordações e da recuperação de confidencialidades que repartimos entre nós desde a minha adolescência, de segredos que partiram também com ela e de uma amargura que dilacera o coração de cada vez que caio à terra e penso a realidade.
Reparto com a minha vida, a enorme tristeza de nunca lhe poder ter dado aquilo com que sempre sonhei "quando fosse grande". Persegue-me a "raiva" de nunca me ter apercebido devidamente da gravidade da situação que ela vivia. Resta-me "desculpar-me", para comigo próprio com a minha juventude da altura.
Mães há muitas, é um facto, mas esta era diferente porque era a minha.
Este quadro a óleo que ela própria pintou quando ainda tinha apenas 18 anos (na foto), é a minha prenda para ela neste dia. É a prenda dela também. É, mais do que tudo, o motivo e o pretexto para recordarmos o amor e o carinho com que ela sempre viveu e dedicou aos seus 5 filhos e ao meu pai.
Pode de facto não ter grande valor comercial, não sei, mas trata-se de um quadro a óleo pintado por ela numa altura em que, desde muito cedo, começou a mostrar imenso jeito para a pintura a óleo e a aguarela e para o desenho a carvão.
Trata-se de um quadro pintado na cidade que a viu nascer, - Moçâmedes, Angola, - quando ainda era menina e moça e que felizmente foi possível recuperar do meio da "tralha" que os meus pais conseguiram trazer de Angola em 1975, no meio daquela enorme confusão que foi a chegada a Portugal na sequência do processo de descolonização.
É um quadro pintado pela minha mãe.
É por isso, de muito valor.


sábado, 5 de maio de 2007

JANTAR DOS HERDEIROS DO 6º VISCONDE DE ASSECA

Convite para o Jantar.
Na capa do Convite, o brazão das 3 famílias envolvidas
"E foi assim que tudo aconteceu", como dizia a minha avó.
De facto, no dia 23 de Setembro de 1978, realizou-se no Salão de Festas do Hotel Tivoli, na Avenida da Liberdade, nº 165, em Lisboa, um jantar (a que chamaram banquete) com todos os herdeiros do 6º Visconde de Asseca, António Maria Correia de Sá e Benevides Velasco da Câmara e de sua esposa, D. Rita Castelo Branco.
Serviu este jantar para entregar a cada herdeiro um exemplar da árvore genealógica
Ao lado, os cartões de visitas dos advogados brasileiros encarregues de tratar da questão pertencentes à Organização Nildo Martini: Archimedes Pellizer, Edilson Soares e o próprio Nildo Martini de Barros








sexta-feira, 4 de maio de 2007

RELATÓRIO TRIMESTRAL ( sem data) - 10. RELATÓRIOS

10. RELATÓRIOS

Entendemos ser o relatório um meio de contacto estreito com o cliente e uma forma de prestarmos conta das actividades que vimos desenvolvendo, razão por que resolvemos apresentá-los, no corrente ano, trimestralmente, sem prejuízo dos contactos pessoais mantidos com herdeiros residentes no Brasil, os quais também, na verdade, representam suas respectivas famílias.

Afora os relatórios escritos, deverão existir, igualmente, os relato’rios verbais, através dos contactos pessoais, directos, que, com o maior prazer, teremos ensejo de manter quando de nossas idas a Portugal que, esperamos, sejam frequentes e bem sucedidas.

Assim, no presente semestre deveremos estar em Lisboa para fazer um relato’rio pessoal perante quase todos.

Certos de estarmos cumprindo satisfatoriamente os mandatos a nós outorgados, atendendo, assim, a confiança em nós depositada por grande número de herdeiros, aproveitamos o ensejo para manifestar os nossos agradecimentos bem como o desejo de um sucesso para breve.

Atenciosamente,


__________________________
Nildo Martinide Barros
DAB - RJ 7849 — CRE — lª R 4484

OBGANIZAÇÂO NILDO MARTINI

RELATÓRIO TRIMESTRAL (sem data) - 9. PUBLICIDAE SOBRE A HERANÇA

9. PUBLICIDADE SOBRE A HERANÇA

Quando retornámos de Lisboa em 12-11-77, fomos procurados pela imprensa do Rio de Janeiro para prestar informações sobre a questão da tão propalada herança dos Asseca.

É que tinha havido divulgação sobre o assunto, conforme soubemos depois, em jornais, rádio e televisão não apenas do Rio de Janeiro, mas de outras cidades do Brasil. Chegou-nos às mãos recortes até de Porto Alegre, no sul do país.
Soubemos que houve publicações em outros países e recebemos um exemplar de "Le Matin" de Paris de 9-11-77, com uma reportagem quase novelesca sobre o assunto em que os advogados eram comparados a Cristóvão Colombo.

Esses noticiários, tanto em Lisboa quando os distribuídos pelas agências internacionais de notícias, eram em grande parte apresentados de forma distorcida quando não continham declarações que não havíamos feito.
Foram inventados, talvez para causar sensacionalismo.
E tivéramos o cuidado de fornecer por escrito algumas notas, como medida preventiva.
Nem assim, conseguimos evitar as distorções e invenções presentes em todas as notícias.

Tanto naquela época quanto nas ultimas semanas, temos sido procurados, porém conseguimos resguardar essa situação evitando uma publicidade sobre o assunto que certamente redundaria em inconveniências, pelo menos no momento.
Em verdade, os trabalhos poderiam vir a ser prejudicados pela divulgação dos levantamentos ora feitos,com uma possível corrida de invasores nas áreas dos Espólios, podendo se constituir, também, num alerta aos ocupantes de má fé.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

ÁRVORE GENEALÓGICA



No Quadro da Árvore Genealógica do 6º Visconde de Asseca e de D. Rita de Castelo Branco, é possível consultar o conjunto de famílias que se foram sucedendo com base nas 3 principais famílias herdeiras de António Maria Correia de Sá e Benevides Velasco da Câmara cujos brasões servem de apoio: Abrantes, Asseca e Lavradio.

Tem por fundo, em linha d´água, o Brasão dos Assecas.

RELATÓRIO TRIMESTRAL (sem data) - 6. PRAZOS - 7. VALOR DOS BENS - 8.ÁRBVORE GENEALÓGICA

6. PRAZO PARA INÍCIO DOS RESULTADOS

Quanto à estimativa de prazo para os primeiros resultados dizíamos, ainda em Lisboa, em resposta às indagações que nos eram formuladas, que a nossa previsão era de que dentro do prazo de um ano e meio (a partir de Dezembro ultimo), começariam os Espólios a colher os primeiros frutos.

Queremos, neste ensejo, ratificar aquela nossa previsão, já agora em função de início de trabalho ao qual queremos imprimir o melhor planeamento e maior velocidade possíveis a fim de que os Espólios, como já frisamos, obtenham resultado financeiro no mais curto espaço de tempo possível.
Portanto, até o mês de Maio do próximo ano deveremos conseguir os primeiros resultados, sem embargo da ocorrência de alguns imprevisíveis, o que não está fora de cogitação.

7. VALOR DOS BENS

Ainda é cedo para fazermos uma previsão quanto ao valor dos bens, em virtude dos poucos elementos de que dispomos nessa fase inicial dos trabalhos.


8. ÁRVORE GENEALÓGICA

Ainda no presente semestre ou quando de nossa ida a Lisboa, faremos chegar às mãos dos herdeiros, exemplares da árvore genealógica totalmente actualizada.
Falta, ainda, a relação dos filhos de uns poucos para a sua confecção tipográfica.
Já recebemos do Dr. Sobral os emblemas dos brasões das 3 principais famílias que servirão de fundo na impressão da árvore, de acordo com a oportuna sugestão do Dr. Raimundo Quintanilha.

terça-feira, 1 de maio de 2007

RELATÓRIO TRIMESTRAL (sem data) - 5 - LOCALIZAÇÃO E SITUAÇÃO DOS BENS

5 - LOCALIZAÇÃO E SITUAÇÃO DOS BENS

As sesmarias da Gávea, Tijuca, Jacarepaguá e Campo de Goitacazes foram situadas no seu todo sendo que, no momento, estamos promovendo a conferências dos rumos e confrontações.

Talvez tenhamos de recorrer a vistorias judiciais em virtude de estarmos localizando - o que é extraordinário - alguns dos seus marcos divisórios.

Não conseguimos ainda elementos esclarecedores sobre Iguaçu.

Podemos com satisfação declarar, no presente relatório, que ainda existem áreas livres (em pequena percentagem) e áreas com esbulhos e fraudes.

Já iniciamos o levantamento para localização dessas áreas livres bem como das esbulhadas, este um trabalho complexo, difícil e espinhoso que tem de ser feito com habilidade.

Geralmente, os invasores utilizam todos os meios e expedientes possíveis e imagináveis para continuar no uso e posse dos bens esbulhados.

Assim, de acordo com cada caso, será aplicado determinado tipo de tratamento e recursos.

Pelo levantamento preliminar, susceptível de contínuas, meticulosas verificações e conferências, podemos classificar, desde já, em 4 categorias a situação dos bens:
1º) Áreas vendidas legalmente - (percentual muito elevado), não recuperáveis;
2º) Áreas ocupadas, com prescrição aquisitiva (mais de 20 anos), parcialmente recuperáveis;
3º) Áreas ocupadas por esbulhos e fraudes (recuperáveis);
4º) Áreas livres

As áreas livres, embora correspondam a um percentual que inicialmente pensamos ser pequeno (gostaríamos de, no momento, fazer uma estimativa, mas faltam-nos elementos) têm, obviamente, de estar dentre os trabalhos prioritários.

Não fora a grande extensão das sesmarias, talvez essas áreas livres não existissem.

Isso, entretanto não constitui motivo para pessimismo, bastando dizer, somente para argumentar, que o valor da venda hoje de 1% das áreas globais das sesmarias, significaria, proporcionalmente, valor bem maior que a sua totalidade, na hipótese de haverem elas sido alienadas, por exemplo em 1844, ano da morte do 6º Visconde de Asseca.
É que ainda no século passado essas terras tinham valor diminuto.

O Brasil era pouco povoado.

Com seus 8.500.000 Km2, a sua população em 1854 (10 anos após a morte do 6º Visconde) era de 7.686.000 habitantes.
Em 1-7-l978 serão 116,393.054.
A título de curiosidade, reproduzimos aqui alguns dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o aumento da população brasileira:

1585 - 57.000; 1776 - 1.900.000 ; 1800 - 3.200.000; 1854- 7.686.000; 1880 - 11.748.000; 1900 - 17.438.434; 1920 - 30.635.000; 1940 - 41.236.315; 1960 - 70.992.343; e as previsões para 1/7/1978 - 116.393.054; 1980 - 123.032.068 e 2000 - 202.268.799.

Também no século passado, a ocupação de terras de sesmarias outorgadas a fim de que o sesmeiro promovesse sobretudo o desenvolvimento da agricultura, pecuária e industria constituía para ele, tendo em vista as dificuldades da época, sério e pesado encargo.

Os escravos tinham, muitas vezes, valor maior que a própria terra.

O valor das terras, no Brasil, daquela época até agora, cresceu em proporção muitas vezes maior que o aumento da popu1ação.

Em várias regiões estão muito valorizadas. Portanto, quanto ao valor dos bens dos Espólios entra aqui, nessa altura do século XX, a lei das compensações.
O levantamento da real situação das áreas não pode ser feito em prazo reduzido porque tem de ser executado com precisão e perícia.

A medida que formos avançando nesse trabalho teremos, então, a situação definitiva dos bens.

O factor tempo será sempre de capital importância não somente para a obtenção de resultados que todos almejam como, também, para salvar as áreas livres e evitar a ampliação dos esbulhos e invasões.

No Brasil, em parte devido à explosão demográfica, sempre houve verdadeira corrida para ocupação de áreas livres ou áreas sem “dono”.

Por outro lado, a imprecisão na descrição dos títulos antigos é factor que causa sempre dificuldades.

É que nos séculos passados as características e individualizações dos imóveis obedeciam a critérios menos rigorosos que os de hoje.

Os pontos de amarração ou de aviventação de rumos de uma propriedade eram precárias e ás vezes descritas de forma esdrúxula, como “até onde a vista encontrar”, “um monte de mata”, “uma capoeira”, etc.

Nos últimos decénios, foi introduzido na descrição de imóveis um sistema sofisticado de graus, convergências, segmentos, linhas poligonais porém, propositadamente, sem mencionar o principal:

- a metragem quadrada da área, o que se presta a uma série de artifícios e irregularidades geralmente utilizadas pelos esbulhadores profissionais.

Em razão disso, no correr do tempo, muitos se aproveitam para dar carácter móvel às propriedades “transportando-as” de um lugar para outro e, às vezes, até transformar uma em duas propriedades utilizando o mesmo título.

São os chamados “grilos” de terras, expressão muito conhecida no Brasil.

Assim, pelos estudos preliminares, verificou-se a perda de quase todos os bens originários das sesmarias quer seja por venda, prescrição aquisitiva de terceiros ou por fraude. Todavia, conforme ressaltamos, existem remanescentes desses bens, muitos totalmente invadidos, outros parcialmente invadidos e outros em pequena parcela livres, sem invasão.

Essa, a conclusão preliminar, com base nos levantamentos iniciais. A soma dos bens remanescentes, acreditamos, se constituirá num acervo bastante significativo capaz de justificar todos os trabalhos de recuperação dos bens e de modo algum seus resultados causarão frustrações aos mais optimistas; muito pelo contrário, em nossa opinião, deverá satisfazer plenamente a justa expectativa de que muitos herdeiros se acham possuídos quanto aos bens dos Espólios no Brasil.

Desejamos também, deixar consignado de que no decurso das pesquisas estamos nos defrontando com elementos relativos a um número elevado de bens, inclusive imóveis de natureza rústica (urbanos) que não os oriundos das referidas sesmarias.

Consta, na sua quase totalidade, haverem sido legalmente vendidos, porém há indícios da existência de alguns deles, o que estamos apurando.

RELATÓRIO TRIMESTRAL (sem data) - 4. PESQUISAS EM PORTUGAL

4. PESQUISAS EM PORTUGAL

Em Lisboa, estamos continuando com as pesquisas iniciadas em Agosto último, tendo o nosso colega e representante, Dr. José de Sá Braamcamp Sobral desenvolvido grande esforço para obter subsídios junto a diversas repartições.
Entre elas encontra-se a Torre do Tombo, onde, inclusive, um pesquisador especializado, não obstante a sua boa vontade, ainda não logrou localizar as acções de medição e demarcação das sesmarias, as certidões de óbito do Visconde de Asseca e de sua mulher, e outros documentos necessários.